PF desocupa prédio da reitoria, mas estudantes passam a ocupar ginásio

Ordem foi cumprida às 22h30min, e protesto foi transferido para o ginásio da universidade
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SELES NAFES

Um oficial de Justiça e uma equipe de policiais federais desocuparam na noite desta quarta-feira, 27, o prédio da reitoria da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Os estudantes, acampados há dois dias no lugar, foram levados para o ginásio da universidade para passar a noite, mas agora se recusam também a deixar o local.

A Justiça Federal atendeu a um pedido da reitoria e emitiu a ordem de desocupação por volta das 20h. Eram aproximadamente 22h30min quando o oficial de Justiça chegou acompanhado da PF.

“A desocupação foi pacífica, e já era muito tarde não íamos colocar os estudantes na rua. Então permitimos que eles passassem a noite na quadra, mas agora eles não querem mais sair de lá. O oficial de Justiça voltou hoje de manhã, e eles estão irredutíveis. Agora esse problema é da Justiça”, comentou a reitora da Unifap, Eliane Superti. 

Policial federal conversa com manifestante. Fotos cedidas por alunos

Policial federal conversa com manifestante. Fotos cedidas por alunos

Os estudantes, no entanto, dizem que não estão descumprindo a ordem judicial que se restringia especificamente à ocupação da reitoria.

A manifestação com a ocupação começou na última terça-feira, 26. Os estudantes protestam contra a falta de água potável, má qualidade da alimentação servida no restaurante universitário, paralisação nas obras de construção de laboratórios e falta de estrutura para os professores/pesquisadores.

Estudantes acampados deixam a reitoria

Estudantes acampados deixam a reitoria

A Unifap tem hoje mais de 7 mil alunos, 580 professores e 444 técnicos. “Estamos trabalhando em 2016 com um orçamento que é o mesmo de 2014, quando o número de alunos era de 2 mil a menos”, ponderou a reitora.

Contudo, os movimentos que apoiam o protesto acham que existem falhas na gestão.

 “A reitora pode ter a melhor das boas intenções, mas está assessorada por pessoas que só pensam nos próprios benefícios e que não deixam a universidade avançar”, avaliou Rafael Saldanha, do Sindicato dos Servidores Técnicos Administrativos da Unifap (Sinstaufap).

Segundo ele, os cursos da graduação mais prejudicados agora são de fisioterapia, relações internacionais e engenharia civil. Eles são considerados “cursos nômades” por que mudam de lugar para usar a estrutura de outros cursos e continuar funcionando.

 “E não são apenas os alunos e professores da graduação que estão passando por essa situação, mas também da pós-graduação. Alguns programas foram fechados, e os alunos não fazem mais do que cobrar seus direitos. Falta de energia, falta de água, insumos para os laboratórios. Temos dois laboratórios que geram muito resultado de pesquisa, mas os professores são desassistidos. Um deles compra reagentes com os próprios recursos para que o laboratório não pare”, concluiu.

Seles Nafes
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