Pilotos reportam 34 ocorrências com canetas a laser no Amapá

Em alguns casos pilotos precisaram mudar a rota; há relatos de cegueira temporária
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WANGLÉZIO BRAGA

A aviação do Amapá deve ficar em alerta máximo. Um levantamento minucioso no site de ocorrências do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) revela que no ano passado 34 ocorrências com feixe de raio laser (canetas de luzes coloridas com predominância nas cores verde e vermelha) foram registradas no espaço aéreo macapaense.

As canetinhas que são vendidas livremente no comércio local, e até na internet, podem provocar uma tragédia sem tamanho quando expostas contra a cabine da tripulação por minutos ou segundos.

caneta

Levantamento também identificou os lugares de onde os raios foram projetados. Fotos: Cenipa e Reprodução

Por meio do sistema de Notificação e Pesquisa do Cenipa, o Site SelesNafes.Com identificou que de janeiro a novembro de 2015, trinta e quatro relatos foram feitos por pilotos e controladores de voos no Aeroporto Internacional de Macapá Alberto Alcolumbre ao órgão responsável pela investigação e prevenção de risco aéreo.

A capital amapaense, levando em consideração as bases da Região Norte, ocupa a primeira colocação no ranking das reclamações.

Para ter noção da gravidade, no primeiro semestre do ano passado os pilotos das Empresas das Companhias Aéreas Gol/Varig, TAM, Azul e até da Força Aérea Brasileira formalizaram 12 queixas. Houve casos de três reclamações em apenas um dia como consequência o ofuscamento da visão dos pilotos e até cegueira temporária. (Veja abaixo reportagem da TV Globo mostrando a gravidade da brincadeira)

Na pesquisa, é possível identificar também, por meio das reclamações, os locais onde esses feixes de luzes foram acionados. A maioria provém de prédios, condomínios e até de um barracão; outros em avenidas, campos de futebol e da orla do Rio Amazonas próximo da Fortaleza de São José. 

Por conta do incômodo ocasionado pela luz forte, alguns tripulantes foram obrigados a desligar as luzes da cabine ou ainda alterar o trajeto em prol da segurança. Vale enfatizar que até o fechamento desta reportagem não foi registrada nenhuma denúncia ou reclamação nos primeiros dias de 2016.

Pilotos de todas as companhias que voam para Macapá relataram 12 episódios em apenas um semestre. Foto: Arquivo

Pilotos de todas as companhias que voam para Macapá relataram 12 episódios em apenas um semestre. Foto: Arquivo

Região Norte

Em relação à Região Norte, apenas dois casos foram reportados no Acre em 2015. Em Rondônia 12 queixas. No Amazonas também foram registrados 12 boletins. O Pará recebeu 13 notificações e em Roraima 09.

Consequência para os responsáveis

A ação de apontar uma caneta de raio laser verde para um avião pode ser enquadrada como crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, previsto no artigo 261 do Código Penal Brasileiro. A lei prevê de dois a cinco anos de cadeia, porém caso haja um acidente com mortes, o responsável pode ser condenado até 12 anos.

Seles Nafes
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