ANDRÉ SILVA
Apesar do posicionamento da Secretaria de Educação do Estado (Seed) que afirmou ainda não ter tomado nenhuma decisão até o momento, os professores de língua francesa do Amapá continuam preocupados com o possível enfraquecimento do curso oferecido no Centro Danielle Miterrand. Segundo eles, com a redução do tempo de duração do curso a qualidade do ensino pode ser prejudicada.
“O curso de um ano pode formar sim um tipo de falante de língua francesa, mas não aquele que nós nos propomos inicialmente”, afirma a professora Loide Trindade.
A Seed propôs que o tempo do curso fosse reduzido de dois anos e meio para um ano. Além da redução, a proposta é fazer também um centro de línguas estrangeiras dando ênfase ao espanhol, inglês e o francês.
A professora Loide, que é presidente da Associação dos Professores de Francês do Amapá (Aprofap), diz que a língua francesa perdeu espaço nesses últimos anos. O ensino do idioma não é ofertado na maioria das escolas públicas. Em todo o Estado existem pouco mais de duzentos professores para atender não só ao Danielle Miterrand, mas a toda a rede pública.
“Nós nos preocupamos com a nossa clientela que trabalha, que representa uma boa clientela. Por que os alunos de quinze, dezesseis, dezessete anos que estão cursando o ensino médio quando vão fazer o Enem se evadem. Assim que precisam fazer um concurso eles também se evadem. E os alunos trabalhadores não. Mas alguns já disseram que nem irão ingressar no curso por que não conseguirão acompanhar essa grade proposta”, desabafa a professora, referindo-se à possibilidade de haver aulas todos os dias. Hoje, são três aulas por semana.
A secretaria procurou os professores para conversar sobre a situação e a associação acredita que pode haver um consenso para que novos cursos com curta duração de tempo possam ser implantados.
A Seed ficou de lançar um edital para a seleção de novos alunos já com as novas modificações no próximo dia 26 de janeiro.