ANDRÉ SILVA
Estudantes do curso de música da Universidade Estadual do Amapá (Ueap) estão desestimulados e com razão. O curso não tem a mínima estrutura, como instrumentos musicais e nem salas de aulas. O processo seletivo 2016 para música foi cancelado.
“Nós não dispomos do mínimo de estrutura no curso. Não temos salas próprias para aulas práticas e nem professores preparados para ministrar algumas disciplinas”, informou André Pantoja, estudante do 3º semestre.
O curso foi aprovado pelo Conselho Universitário, que é quem tem maior poder nas decisões da instituição, mas, segundo o pró-reitor de Planejamento, Tito Freitas, havia preocupação por parte da antiga administração de que o curso não funcionasse bem.
“Em 2013 foi aberto um processo de aquisição de instrumentos, mas a antiga gestão da instituição não deu andamento a esse processo. No dia 26 de fevereiro será publicado no Diário Oficial o edital para aquisição desses instrumentos”, informou o pró-reitor.
Os alunos estavam assistindo as aulas práticas na Escola de Música Walkíria Lima, mas a atual administração da escola estaria dificultando o acesso dos alunos aos instrumentos. Um convênio havia sido firmado entre a instituição e a Ueap, mas alguns termos não teriam sido cumpridos por parte da escola de música e a universidade decidiu esperar a realização do processo de licitação da aquisição de instrumentos para dar continuidade às aulas práticas.
“Infelizmente nós temos as nossas limitações e decidimos esperar até a finalização do processo de aquisição dos instrumentos”, disse Freitas.
Outra dificuldade é a falta de móveis para as salas. A empresa que venceu o certame não fez a entrega da mobília em tempo hábil, por isso um novo processo também já foi aberto para resolver esse problema e junto com ele a aquisição do software usado pelos alunos.
Hoje o curso tem três professores efetivos e dois que trabalham em regime de contrato temporário. Os alunos dizem que os professores se revezam em mais de uma disciplina para que a carga horária seja cumprida. Eles temem que o contrato desses professores não seja renovado.
“Nós temos muita dificuldade em contratar mão de obra qualificada não só para o curso de música, mas para disciplinas de outros cursos da instituição. Sem contar, é claro, que o governo do Estado não disponibiliza de recursos financeiros para realização de um processo seletivo simplificado para novos professores”, adiantou o pró-reitor, acrescentando que todos esses problemas fizeram a universidade cancelar o processo seletivo deste ano.