Dora aceita convite do PT para disputar a PMM

Dora reconhece que haverá racha e que a eleição de 2014 estremeceu a parceria com o PSB
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SELES NAFES

Ainda não é oficial, mas a ex-vice-governadora do Amapá, Dora Nascimento, de 48 anos, deve ser a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) para disputar a prefeitura de Macapá em outubro.  Dora confirmou nesta segunda-feira, 29, que aceitou o convite da direção nacional do partido, feito na última sexta-feira, 26, em reunião em Brasília.

Ela disse que já tinha sido convidada no ano passado pelo diretório nacional, mas à época preferiu dizer não porque estava priorizando duas metas: o curso de pós-graduação em políticas públicas e a preparação para ser candidata à deputada federal em 2018.

“Agora, diante desses ataques midiáticos ao PT, eu vi que precisamos defender o nosso legado.  O PT vai lançar candidatos próprios em todas as capitais. Nos estados que são conduzidos por adversários nunca é lembrado que determinadas obras e avanços são frutos do trabalho da presidenta Dilma”, justificou ela.

Dora nos tempos de vice-governador ao lado de Camilo Capiberibe. PSB abandonou a campanha na reta final: "já devem ter reavaliado"

Dora nos tempos de vice-governadora ao lado de Camilo Capiberibe. PSB abandonou a campanha na reta final: “já devem ter reavaliado”

Apesar de ter aceitado, Dora Nascimento sabe que aprovação interna no PT local não será fácil e que haverá divisão. A legenda, que historicamente sempre rachou nas grandes decisões, possui apenas duas correntes mais fortes: a primeira inclui ela e o presidente do partido (e marido), o ex-deputado estadual Joel Banha.

O outro grupo é comandado pela ex-deputada federal e atual secretária de Educação da prefeitura de Macapá, Dalva Figueiredo.

Mesmo com o convite do diretório, é possível que prévias sejam realizadas se houver mais pré-candidatos inscritos.

“Eu não estou preocupada com as prévias. Resolvi aceitar e vou pro enfrentamento político para defender o legado de 13 anos do PT”, salientou.

Joel e Dora.

Dora ao lado do presidente do PT e marido, Joel Banha: “sei que o racha vai ser grande”

Mas há ainda existem longos percursos a serem pavimentados nessa jornada. Um das questões a serem resolvidas é a aliança sempre problemática com o PSB. O partido, do ex-governador Camilo Capiberibe, acabou abandonando Dora Nascimento na reta final da campanha pelo Senado.

Para impedir que Gilvam Borges (PMDB) fosse eleito, o PSB abraçou, na reta final, a candidatura de Davi Alcolumbre (DEM), que polarizava a disputa pela única vaga do Senado. Davi venceu com 36,3% dos votos, Gilvam ficou com 34,3% e Dora terminou com 9% dos votos.

Ela admite que o episódio estremeceu a aliança histórica com o PSB, mas não descarta a possibilidade de haver uma reedição da parceria.

Dora discursando.

Dora diz não temer as prévias: “vou pro enfrentamento político para defender o legado do PT”. Foto: Seles Nafes

“O que aconteceu comigo foi uma boa lição. Eu estava precisando desse choque. Mas em política a gente não pode dizer que não vai beber da água. Eles (PSB) já devem ter feito uma avaliação de que se tivessem continuado a me apoiar, mesmo perdendo a eleição, nós estaríamos juntos até hoje em outros projetos”, ponderou.

Outra situação a ser resolvida é a presença maciça do PT no alto escalão do prefeito Clécio Luiz. Além de Dalva Figueiredo, que ocupa a maior secretaria do município, um outro petista ocupa a Secretaria de Manutenção Urbanística, Manoel Bacellar.

“Vai ter um racha muito grande. E pelo que vejo a Dalva não vai querer sair. A gente reconhece ela como a maior expressão do PT pela força que tem”, concluiu.

Seles Nafes
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