CÁSSIA LIMA
Parentes de Antônio Franck Oliveira, de 36 anos, morto por um primo no último sábado, 20, na comunidade Rio Morcego, no município Afuá (PA), num crime de grande repercussão na região, conversaram com a imprensa nesta segunda-feira, 22, durante o velório da vítima.
Parentes contestaram a versão dada inicialmente por um sargento da PM que prestou socorro a dois feridos na briga. Eles foram trazidos para Macapá pelo policial que afirmou ter ocorrido uma briga generalizada e que ninguém sabia explicar como tinha começado.
A vítima de homicídio, Antônio Franck Oliveira, de 36 anos, era um único filho de 5 irmãos, pai de 2 crianças, casado e bastante querido na comunidade. Segundo a família, ele teria convidado amigos e parentes para uma “pelada” na casa dele na comunidade, incluindo o primo que depois seria seu assassino, Samuel da Costa Dias, de 19 anos.
“O time do Samuel perdeu, e os meninos ficaram brincando com ele (Samuel). Aí ele saiu bravo. Depois voltou com uma faca que pegou da minha mãe na cozinha e veio agredir os meninos. Chutou um primo, ameaçou outro e quando Franck tentou ajudar ele enfiou a faca nas costas dele”, informou uma testemunha que preferiu não se identificar.
De acordo com outra testemunha, um sargento da Policial Militar do Amapá que mora numa comunidade vizinha teria sido chamado para ajudar, mas como era amigo do agressor ele não teria comparecido no local.
“O policial ajudou Samuel a fugir e só depois veio ver se alguém mais tinha se ferido. Eu estava lá e vi tudo. O meu primo Samuel me chutou a perna, ele tava doido com a faca. Infelizmente ele sempre estragava nossas reuniões familiares”, contou o primo e testemunha da vítima, Edival Vasconcelos, de 35 anos.
“Meu irmão era um cara honesto, bom de coração e amado por todos. Meu primo que matou ele não era uma má pessoa, mas ninguém entendeu a maldade dele. Queremos justiça e que esse policial que ajudou também responda pela omissão dele”, protestou a irmã da vítima, Márcia Cristina, de 38 anos (foto de capa).
Antônio Oliveira foi velado nesta manhã em uma capela particular no Bairro Santa Rita, em Macapá. Muitos amigos e parentes vieram de Afuá para o velório e o sepultamento que ocorreu às 11 horas no cemitério São José, no Bairro Buritizal. As testemunhas do crime prestaram depoimento na delegacia de polícia, mas o caso está sendo investigado em Afuá.
Samuel está internado no Hospital de Emergência de Macapá. No meio da confusão, ele e outra pessoa foram feridos com disparos de arma de fogo por alguém que se meteu na briga e ainda não foi preso.