HUMBERTO BAÍA, DE OIAPOQUE
Para quem mora no município de Oiapoque, município localizado a 600 quilômetros de Macapá, a história é sempre a mesma: “ano que vem será melhor!”. Mas é só iniciarem as chuvas mais intensas e o inferno se repete na BR-156.
Na verdade, parece que alguém ganha com a desgraça do povo! Quem será? Não sabemos, mas não é difícil encontrar o beneficiário.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já anunciou que obra no trecho norte da BR-156 só em 2017, o que leva a esperança de muitos em Oiapoque para um imensa incerteza.
De concreto mesmo serão só longos quilômetros de atoleiros que já começaram a ser formar. Uma viagem que deveria durar 7 horas começa a ser feita em 12 horas, e no auge das chuvas poderá se estender por até 24 horas. Mas como diz o velho e batido jargão, “a esperança é a última que morre”.
Já para quem quer se candidatar a uma vaga de cobrador de ônibus intermunicipal, entre os pré-requisitos básicos para o posto está o de ser bem preparado fisicamente para suportar longas horas dentro da lama ajudando passageiros a carregar bagagens.
Um dos trechos mais sensíveis fica entre as localidades do Carnôt e Primeiro do Cassiporé, ambas no município de Calçoene. Uma empresa com poucas máquinas faz a manutenção da BR, mas é difícil dar assistência em 170 quilômetros de estrada com pura lama.