Adolescente morre em garimpo na Guiana Francesa

Depois de 3 dias sendo transportado pela selva, corpo do rapaz ainda demorou um 1 dia para ser sepultado porque não havia laudo sobre a causa da morte
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HUMBERTO BAÍA, DE OIAPOQUE

Pablo Rhuan Tavares , de 16 anos, morreu com a queda de uma árvore sobre o barraco onde ele estava com outros brasileiros no garimpo do Wanarri, nas selvas da Guiana Francesa. A tragédia aconteceu no domingo, 20, mas só nesta terça-feira, 22, o corpo chegou em Oiapoque, a 600 quilômetros de Macapá. 

Segundo o tio da vitima, tudo acometeu muito rápido. Chovia muito na hora do acidente, por volta das 5h. O acampamento dormia.

“Repente teve um barulho muito forte sobre os barracos. Fomos ver e ele (Pablo Rhuan) já estava embaixo da árvore. Uma tragédia”, lamentou o tio José Nazareno Bentes, na foto acima em frente ao necrotério da cidade.

Acidentes como esse são comuns em garimpos da região. Os barracos são armados embaixo de árvores, e em muitos casos, devido à distância, o corpo da vítima nem chega a ser levado para Oiapoque, e acaba sendo sepultado na floresta.

Pablo Rhuan: enterrado quase 4 dias depois. Fotos: Humberto Baía

Pablo Rhuan: enterrado quase 4 dias depois. Fotos: Humberto Baía

E nos casos em que o corpo chega a ser levado para Oiapoque, fica difícil o médico atestar a causa da morte sem testemunha para confirmar o ocorrido.

Foi o que aconteceu com Pablo Rhuan.  O corpo demorou 3 dias para chegar em Oiapoque e ainda precisou aguardar mais um dia inteiro no necrotério até que um médico concordasse em dar um laudo para que o sepultamento pudesse ser realizado.

O enterro foi finalmente autorizado na manhã desta quarta-feira 23. Pablo Rhuan era de Oiapoque e estava há alguns meses no garimpo tentando melhorar a vida da família.  

Seles Nafes
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