DA REDAÇÃO
O Complexo Beira-Rio, na orla de Macapá, vai ser invadido pelo som das caixas de Marabaixo neste domingo, 20. Será a abertura de mais um ciclo da maior manifestação cultural do Amapá, que sempre é realizado em harmonia com o calendário da Semana Santa. Os rituais do Marabaixo, aliás, são todos ligados ao sincretismo da Igreja Católica.
A abertura do ciclo está programada para às 16h, em frente à Casa do Artesão, com a participação de vários grupos. Quatro famílias realizam o Ciclo do Marabaixo, duas no Bairro Laguinho e duas no Bairro Santa Rita, chamado pelos festeiros de “Bairro da Favela”.
Os festejos em homenagem à Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santo vão durar dois meses, e incluem missas, novenas, rodas de marabaixo, bailes e refeições.
O Ciclo do Marabaixo é realizado há mais 70 anos, quando as famílias de negros foram remanejadas do entorno da Fortaleza de São José, orla de Macapá e centro, para uma área descampada onde hoje estão os bairros do Laguinho e Santa Rita.
No Laguinho festeja-se a Santíssima Trindade e Divino Espírito Santo. E na Favela somente a Santíssima Trindade.
As festas serão realizadas em barracões nas casas de dona Gertrudes Saturnino e dona Irene Pereira, que já estão devidamente ornamentadas com as cores azul e branco. No Laguinho, as rodas de Marabaixo serão realizadas nas residências dos mestres Julião Ramos e Pavão, ornamentadas com as cores vermelho e branco.
Os trajes das mulheres são saias floridas e adereços coloridos. A gengibirra (feita de gengibre) é a bebida oficial da festa. Além das rodas, a programação inclui receptivos no Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre, Porto de Santana, oficinas e palestras em escolas e faculdades.