ANDRÉ SILVA
Técnicos e empresários estão reunidos desde o início da manhã desta terça-feira, 15, num seminário que apresenta oportunidades e desafios para investidores interessados em explorar a Zona Franca Verde (ZFV) de Macapá e Santana. A programação foi aberta com a apresentação do marco regulatório da ZFV.
A Zona Franca Verde foi efetivada no fim do ano passado e regulamentada em fevereiro graças a uma resolução que definiu a preponderância de matéria-prima nos produtos a serem fabricados com isenção do Imposto para Produção de Industrializados (IPI) e o Imposto de Importação. O governo do Estado e a prefeitura de Macapá estão garantindo terras para a instalação das indústrias.
Participam do seminário empresários que querem ampliar a produção utilizando os benefícios da Zona Franca Verde, como José Cláudio Baldusio. Desde de 2012 ele faz estudos, com o apoio do Sebrae, para a exploração do açaí para os mais diversos produtos.
“O projeto hoje se encontra bem consolidado, não apenas para a exploração da polpa do açaí, mas também de outras frutas como cupuaçu, taperebá e a graviola. A fábrica tem um conceito de sustentabilidade e está desenhada dentro de um conceito de certificação internacional. Ela está projetada não apenas para explorar a polpa, mas o mix que pode ser produzido a partir delas”, explicou o empresário.
O empresário calcula que a fábrica irá gerar 80 empregos diretos e indiretos.
“Trouxemos os produtores para a mesa de negociação, identificamos quais os custos de produção, o custo da logística para trazer esses produtos do campo para a fábrica, processar essa fruta e vender. Isso gera aumento do volume de produção”, comenta o fabricante.
Outro empresário, que já atua no ramo de alimentos há mais de 40 anos, José Carlos Bastos, também viu na ZFV a oportunidade de expandir os negócios. Ele foi o primeiro a se credenciar para receber os benefícios da Zona Franca.
“Antigamente se chamava sorveteria Macapá. Observamos a necessidade de expandir os negócios e mudamos para ‘Q’sabor. Agora chegou o momento, através da ZFV, de nós buscarmos novos mercados”, observa o empresário.
Ele entende que por meio dos incentivos fiscais proporcionados pela Zona Franca, o mercado pode se expandir. A empresa fabrica sorvetes com frutas regionais.
O governador Waldez Góes (PDT), que acompanhou a abertura do seminário, diz que os principais envolvidos no processo devem ter amplo conhecimento quanto ao marco regulatório.
“Não basta ter o marco regulatório se não envolvermos os principais atores, que são aqueles que já empreendem, já industrializam, mas não dominam as vantagens da Zona Franca Verde de Macapá e Santana. E é esse o objetivo do seminário, socializar e informar o empreendedores para que ele conheça as vantagens, os critérios e as formulações dos projetos que devem ser apresentados. Queremos valorizar os empreendedores que já produzem há anos no Amapá” esclareceu Góes.
O governador e uma comissão formada pelo Sebrae, Associação Comercial, Federação da das Indústrias e Banco da Amazônia, irão a São Paulo apresentar à comunidade japonesa as vantagens da ZFV.
Estiveram presentes na abertura do evento, além do governador, a vice-governadora do Acre, Nazaré Araújo; prefeito de Santana, Robson Rocha (PR); o presidente do Sebrae, João Carlos Alvarenga, e da diretora da Suframa, Ana Maria Sousa.