HUMBERTO BAÍA, DE OIAPOQUE
No último domingo, 28, a ONG “Pegadas de Oiapoque” realizou um mutirão para limpar uma parte do Rio Oiapoque, em um trecho conhecido como “Grand Roche”, uma formação de ilhas e cachoeiras próxima de Clevelândia do Norte. É o mesmo local onde ocorrem conflitos entre gendarmes (policiais franceses) e garimpeiros. Foram retiradas 1 tonelada de lixo.
Nos últimos tempos o lugar de estrema beleza natural virou também depósito de lixo trazido pela correnteza de Vila Brasil e Camopi, no Alto Rio Oiapoque.
Mas o principal objetivo era promover a educação ambiental e provocar o debate entre as comunidades sobre a importância do rio no cotidiano do ribeirinho.
O Rio Oiapoque é a fronteira natural entre o Brasil e a Guiana Francesa. São pelo menos 500 quilômetros de extensão, uma fronteira difícil de vigiar. É pelo rio que muitos brasileiros entram na Guiana Francesa para chegar aos garimpos ilegais.
Na semana passada, um grupo de garimpeiros foi atacado por indígenas de origem francesa.
“Esta ação nos serve de lição para provar a capacidade de mobilizar e reunir pessoas em torno de um tema. O comparecimento nos dá credibilidade como entidade civil organizada. Todos estão de parabéns”, enfatizou Rona Lima, presidente da ONG.
A ação contou com apoio de vários órgãos, entre eles a Defesa Civil de Oiapoque, Exército, Unifap, Ibama e prefeitura de Oiapoque.