ANDRÉ SILVA
Anunciada no final da semana passada, a fusão das secretarias de Cultura e Desporto não agradou aos seguimentos cultural e esportivo do Estado. Após manifestações contrárias a decisão do Governo, por parte de artistas e produtores culturais, presidentes de federações esportivas também se dizem contra a mudança. Segundo as entidades, mesmo sem saber ainda como irá funcionar, o processo marca um retrocesso na história de dois setores importantíssimos para a população.
“Não só eu, mas como toda a comunidade esportiva acha que isso é um retrocesso. Participei de toda essa luta, desde a época do Setor de Educação Pública e Recreação até a transformação em secretaria. Não acredito que um corte em um setor como esse, que tem o mínimo de investimento, possa influenciar em alguma coisa”, queixa-se Agostinho Lopes, presidente do Conselho das Federações do Amapá.
Segundo os presidentes de federações, com a decisāo, o Estado foge da responsabilidade de fomentar os dois setores e que extinguir secretarias como essas é deixar de atender não só a atletas, mas a jovens em situação de risco social, que procuram no esporte a chance de ter uma vida melhor.
“Isso é um retrocesso. Por que antes no Brasil essas secretarias já eram unidas, e deu um trabalho muito grande para desmembrá-las, e agora querem unir novamente. Eles só falam em fusão, mas não dizem como se irá trabalhar esses dois setores”, questiona Antônio Viana, presidente da Federação Amapaense de Judô.
Segundo o Governo, a unificação das secretarias representaria uma economia em aluguel de prédios, nos gastos com combustível e aluguel de veículos, redução de cargos comissionados e contratos administrativos. Bruno Igreja, técnico de taekwondo, também expressa sua indignação com a fusão.
“Eu vejo essa atitude do Governo com muita indignação. O Amapá tem um grupo seleto de atletas que vem se destacando na luta no Brasil e no mundo, como os lutadores de MMA e do taekwondo, por exemplo. Atletas que irão participar das Olimpíadas do Rio esse ano. Não vejo motivos para essa atitude extrema do Governo”, desabafa Bruno.
O Projeto de Lei que trata da fusão das duas pastas ainda não tem data definida para ser votado na Assembleia Legislativa do Estado.