SELES NAFES
O governo do Estado anunciou nesta quinta-feira, 14, que vai convocar mais 100 classificados no concurso da saúde realizado em 2012, mas ainda sem data prevista. O número é bem menor que o reivindicado por profissionais que hoje ganharam a adesão de deputados estaduais na luta para serem contratados pelo Estado.
Dezenas de profissionais foram até a Assembleia Legislativa do Amapá (ALAP) acompanhar a sessão e pedir o apoio, mas acabaram dominando os debates por iniciativa do deputado Ericláudio Alencar (PDT), líder do governo.
Ele convidou dois representantes do movimento para se pronunciarem no plenário. O parlamentar disse não acreditar que o governo esteja fazendo contratos administrativos em detrimento dos concursados.
“Se tiver um contrato administrativo eu deixo hoje a liderança do governo”, desafiou o parlamentar.
Em abril do ano passado, a Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei do Executivo que autorizava a contratação de 2,3 mil técnicos de enfermagem, 185 técnicos de laboratório e 500 enfermeiros.
“Mas desse total, 1,8 mil técnicos foram efetivados, e ainda faltam quase 500 profissionais, sem falar de trabalhadores de outras categorias (nutricionistas, fisioterapeutas, e outros)”, frisou Marcelo Souza, da comissão de concursados.
Os concursados também comentaram sobre o atraso na conclusão das obras de ampliação da rede de saúde, como o Hospital da Criança e o Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal). As obras paralisaram no segundo semestre de 2014 e ficaram assim durante quase 1 ano.
“Isso atrasou ainda mais a nossa convocação”, acrescentou Souza.
Uma comissão formada por deputados e concursados vai começar nesta sexta-feira, 15, a fazer peregrinações pelas secretarias de Saúde e Administração.
Discussão
Durante a sessão o clima esquentou entre os deputados Pedro da Lua (PMB) e Cristina Almeida (PSB). Cristina Almeida disse que durante o governo Camilo Capiberibe (PSB) a Assembleia Legislativa dificultou a convocação dos aprovados.
Pedro da Lua rebateu afirmando que nessa época havia um bom entendimento entre a ALAP e o governo. Os dois parlamentares acabaram trocando ofensas e registraram queixas um contra o outro na Comissão de Ética da Assembleia.
A secretária de Administração do Amapá, Goreth Souza, confirmou que serão chamados mais 100 profissionais, mas não garantiu que isso ocorrerá até o fim deste mês.
“Não podemos afirmar isso porque estamos no processo de organizando pra chamada. Algumas categorias estão pedindo uma certa quantidade de profissionais que eu não tenho no cadastro reserva. Então tive que voltar com o processo para ver a legalidade. Se não tem no cadastro reserva como foi chamar”, frisou a secretária.
Serão chamados enfermeiros e técnicos de enfermagem, farmacêutico bioquímico, psicólogo clínico, fonoaudiólogo, farmacêutico, fisioterapeuta e assistente social.
A convocação, o processo de contratação e a efetivação precisam estar em sintonia com a inauguração das novas unidades hospitalares.
“Não podemos ter servidores parados e nem chamar além da nossa capacidade de pagamento”, pondera Goreth Souza.