Na CEA, espera por atendimento chega a 3 horas

A maioria dos consumidores procura a central para questionar o preço da conta de luz
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SELES NAFES

Quando se vai à Central de Atendimentos da CEA, no Bairro Santa Rita, área central de Macapá, a sensação é de que o dia será bem longo. A maneira de organizar os consumidores não funciona nem de perto como deveria por uma simples razão: demanda x estrutura. O resultado é uma espera de até 3 horas.

A cena é a seguinte: na entrada do escritório uma funcionária muito gentil distribui as senhas, e houve as primeiras queixas. Algumas bem nervosas.

“Alguns descontam na gente”, diz ela, ainda sorridente, mas também em tom de desabafo.

Conta de um "solteiro" que passa o dia fora de casa. Fotos: Seles Nafes

Conta de alguém que mora sozinho (Roque Nery) e que passa o dia fora de casa. Fotos: Seles Nafes

Como o sistema eletrônico de senhas está com defeito, as fichas são impressas, e por aí já começa a desorganização. Ninguém sabe qual é o último número, ou seja, ninguém sabe dizer quando os números vão acabar e assim recomeçar a chamada de senhas.

As filas por demanda são direcionadas para diferentes guichês. Isso é o mínimo. O problema é a centralização dos atendimentos em um único espaço, e a quantidade de funcionários pequena perto da demanda. (Rede Super Fácil existe pra isso). 

32 contas cobradas só de uma vez

32 contas cobradas só de uma vez

Muitos consumidores apanham a senha e voltam para casa. Quem não tem transporte, ou mora longe, precisa se resignar e permanecer ali mesmo.

E tem mais. Todos os consumidores têm alguma reclamação para fazer, a maioria, é claro, relacionada ao valor da conta do mês.

“Vim ajudar meu filho que está acidentado. Lançaram 32 contas na fatura dele que é beneficiário do programa Luz pra Viver Melhor. Se ele era isento porque lançaram agora tudo isso de uma vez”, disse Maria das Graças Maciel, segurando uma fatura de quase R$ 1,1 mil.

A arte da paciëncia

A arte da paciência

Debaixo dos óculos escuros do aposentado Roque Nery estava a indignação. Ele diz que tem no apartamento apenas uma central, a tv e uma geladeira.

“Eu moro sozinho, almoço e janto na casa dos meus filhos. Só volto pra minha casa à noite. Então, de onde vem essa conta de quase R$ 300”, questionava.

Junto com seu Roque e dona Maria havia pelo menos mais 150 pessoas dentro da pequena central de atendimentos na última quarta-feira 13. Não é à toa que a estatal lidera as queixas no Procon.

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