Operação Guincho: Primeiros investigados são soltos após delação premiada

Advogado de um dos acusados diz que seu cliente nunca foi flagrado em conversa comprometedora durante os grampos telefônicos
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ANDRÉ SILVA

Justiça começou a liberar os primeiros investigados presos na “Operação Guincho” deflagrada pelo Ministério Público do Estado e Polícia Civil esta semana. Um dos acusados colocado em liberdade é proprietário de empresa de guincho. Ele e pelo menos outro acusado fizeram acordos com o MP, a famosa delação premiada. 

A Operação Guincho foi deflagrada no último dia 5. Treze pessoas foram presas, entre funcionários da Companhia de Trânsito e Transportes de Macapá (CTMac) e de empresas de guinchos. Eles são acusados de liberar veículos apreendidos, cobrar propina, extorquir, falsificar CNHs e fraudar multas para que motoristas pagassem valores menores.

Uma das pessoas que encabeçavam o esquema e que teve o telefone grampeado com autorização da justiça, Adriana da Paixão, era agente lotada no Setor de Custódia e continua presa no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Foi a partir do grampo no telefone de Adriana que o MP conduziu as investigações e chegou até Alexandro Marques Vaz, que trabalhava no setor de informática da companhia. O MP se baseou em uma conversa dele com Adriana em novembro de 2015, aonde Adriana faz um pedido para Alessandro.

Advogado Marco Antonio Costa: grampo não especifica o crime. Foto: André Silva

Advogado Marco Antonio Costa: grampo não especifica o crime. Foto: André Silva

“Dos quatro volumes no processo, que é composto por várias escutas, houve uma escuta do meu cliente  em que a Adriana pede um favor para ele e de acordo com o MP esse pedido seria para ele liberar um documento. Tratar ele como as pessoas que tiveram de duzentas a trezentas horas de conversa por uma escuta que não especifica nenhum tipo de crime não pode”, argumentou o advogado Marco Antonio Costa, que defende Alessandro Marques.

Alessandro foi solto por que, segundo a decisão da juíza, “consta que o acusado encontra-se enfermo e já foi exonerado do cargo comissionado que exercia junto a CTMac”.  De acordo com a decisão, ele tem até cinco dias para apresentar documentos que comprovem sua exoneração, além de outras responsabilidades firmadas em juízo que garantem sua soltura.

Segundo o advogado, Alessandro não teria acesso às senhas do programa, pois, por hierarquia, Adriana seria a superior dele. Uma das teses da defesa é a de que, apesar do setor que ele trabalhava ser o de informática, ele não teria como ter acesso a tais informações.

“Na única escuta que teve entre ele e a Adriana, eles não tratavam especificamente de liberação de documentos”, garante o advogado.

Material apreendido na casa de um dos investigados

Material apreendido na casa de um dos investigados

Um dos investigados soltos com Alessandro é Alex Sousa de Oliveira. Ele seria proprietário de uma empresa de guincho envolvida no esquema. O outro investigado que já foi solto é Jean Domingos Alves de Souza, que era estagiário na Ctmac. Segundo o advogado, ele também teria feito delação premiada.

Dos 13 mandados de busca e apreensão da Operação Guincho, foram cumpridos 12. Uma pessoa está foragida, e duas foram presas em flagrante por falsificação. Seis deles são funcionários da Companhia de Trânsito e Transportes de Macapá (CTMac) e até agora, três foram soltos.

Por enquanto apenas acusados foram libertados. Foto: Arquivo

Por enquanto apenas 3 acusados foram libertados. Foto: Arquivo

Seles Nafes
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