ANDRÉ SILVA
Quem vai até o Barco da Bíblia, ancorado na rampa do Santa Inês desde a semana passada, vai encontrar o Museu da Bíblia. O espaço foi projetado para quem quer conhecer mais profundamente a história desse que é o livro mais lido no mundo.
Entre as línguas indígenas, estão Kaiwa, Tupi e outras, edições que datam de 1889 traduzidas pelo padre João Ferreira de Almeida, um dos principais e mais conceituados tradutores do livro no Brasil pelos evangélicos.
O público também tem a oportunidade de conhecer um pouco da história do desbravamento desse barco que percorre a Amazônia por mais de meio século.
A primeira bíblia a ser traduzida foi do latim para o português de Portugal em 1889. De lá para cá, o livro vem sofrendo várias intervenções que buscam melhorar a compreensão para os leitores.
“A Bíblia teve uma revisão em 1995, que aconteceu por conta da necessidade que o povo tinha de entender melhor as histórias contidas ali”, explica o historiador Nilson Ramos, responsável pelo museu.
Segundo o historiador, a linguagem utilizada era muito arcaica e de difícil compreensão por parte da população, que buscava conhecer mais sobre o Deus apresentado pelas escrituras.
“O hebraico para o nosso português é bem diferente, por isso era muito difícil fazer a tradução. As palavras têm significados diferentes. Primeiramente o João Ferreira fez a tradução do latim para o português, e desta para o português”, conta o historiador.
O projeto existe há 54 anos e faz parte de uma outra iniciativa chamada ‘Programa Luz na Amazônia’, que nasceu com o intuito de levar a palavra de Deus à população que vive as margens do Rio Amazonas, em diferentes estados do Norte do Brasil. O barco é tão popular que o costume de frequentá-lo atravessa gerações.
“Quando eu era mais nova, minha mãe veio comprar uma bíblia para mim, hoje eu venho para comprar um exemplar para minha filha”, conta a dona de casa Rebeca Pedrada.
Além do Barco da Bíblia, uma outra embarcação que trabalha o lado social presta serviços médicos e outros atendimentos para a população. É a décima sexta vez que o barco ancora por esses lados do Amazonas.