GESIEL OLIVEIRA
Casais perfeitos são aqueles que não brigam, que não discutem, são aqueles que sempre aparentam estar bem, são aqueles que não têm ciúmes um do outro, que não se importam com o horário de saída e chegada de cada um, que tem um relacionamento aberto, que leva café na cama só pra tirar uma foto e postar no Facebook.
Casais perfeitos são aqueles dos filmes, do amor perfeito. Casal perfeito é formado por um homem perfeito e uma mulher perfeita. E você sabe onde isso existe? Só no imaginário de quem não conhece como funciona a vida. Não existe perfeição, o que existe é uma constante busca pelo aperfeiçoamento, pela compreensão das limitações do seu cônjuge.
O que existe mesmo, são pessoas imperfeitas buscando melhorar, aparando as arestas. O que existem são homens que mesmo que não levem café na cama pra suas mulheres, são capazes de fazê-las felizes de diversas outras formas. Homens que mesmo que não tenha o romantismo bem pintado dos filmes de Hollywood, nem a beleza de seus galãs, mas são homens capazes de dizer “te amo” de uma maneira tão especial que fazem o dia chuvoso delas se transformar em ensolarado.
Casais imperfeitos são aqueles que, além de namorados, são amigos, pois brincam, sorriem, choram, brigam, acertam e erram, mas acima de tudo, superam juntos, porque se amam de um jeito que nenhuma pessoa do mundo consegue duvidar. Amor não é ausência de discussões ou ciúmes, mas presença de perdão, compreensão e ajuda mútua nos melhores e piores momentos da vida.
Amor é ter uma mão para segurar seja no deserto árido das dificuldades, seja nos pastos verdejantes da fartura. Amor é ter um colo para chorar, é ter um ombro para apoiar nos dissabores da vida, é ter um abraço firme para nos proteger nas tempestades da nossa jornada.
O amor não se resume só a beijos, carinhos, aparências e presentes. Amor é cuidado, amor é compreensão, amor também é amizade. Em uma relação que pretende perdurar, não se deve buscar ou alcançar quem tem a absoluta razão, não se trata de encontrar quem está certo e errado, e sim de encontrar a solução para aquele problema específico.
E para resolvê-lo, a solução é não ficar revirando a origem do problema. Problema se resolve daqui pra frente, sem olhar pra trás. O casal só vence junto quando ambos têm a consciência de ceder juntos quando se deve e de avançar juntos quando se pode. Pior coisa na vida do casal é ficar nesse jogo intransigente de “não dar o braço a torcer”, porque nesse jogo ninguém ganha, pelo contrário, ambos perdem.
Não deseje para o seu relacionamento a irreal felicidade e perfeição dos “contos de fadas” visto em filmes ou nas fotos lindas e bem filtradas do Facebook, porque na vida a dois não existem fórmulas matemáticas exatas para dar certo, o que existe são dois seres imperfeitos, tentando melhorar a cada dia.
Mas isso exige dedicação, paciência e amor. Feliz é quem compreende que a essência da felicidade não está no quanto você tem bolso, e sim do quanto você tem no coração. Esqueça esse mundo ideal, perfeito e ilusório, aqui na vida real o que existe é um jogo de arranjos e reajustes constantes, de acertos e erros, que servem para transformar imperfeições em melhoramentos contínuos, e para aparar as arestas da intransigência e semear a fidelidade, confiança e respeito.
Casais felizes não são os que não têm problemas, mas sim, aqueles que transformam seus problemas em soluções e melhoramentos contínuos. E por fim, nunca deixe de dialogar: dialogue, dialogue bastante, pois quando o diálogo acaba, o próximo a acabar é o relacionamento.
Nunca esqueça: Quem não compreende a profundeza dos pequenos momentos e detalhes da vida, nunca compreenderá a dimensão do verdadeiro, real e melhor amor.