ANDRÉ SILVA
Um pescador de tambaquis gigantes no município de Calçoene, achou artefatos que datam de 1937. Moedas de reis, francos, cruzeiros e até quarter dólar agora fazem parte da coleção. Além das moedas, ele também encontrou armas que ele acredita serem de pessoas que cruzavam a fronteira vindas da França em busca de ouro.
Paulo Dilson Macedo Cardoso, de 26 anos, faz pesca de mergulho. Ele conta que aprendeu a pescar desse jeito quando serviu ao Exército Brasileiro. Ele ficou nas Forças Armadas por quase dois anos, em Clevelândia do Norte, município de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa.
“A gente tinha que aprender para poder receber a nossa boina. Eles nos jogavam na água e tínhamos que aprender na marra”, lembra o pescador.
Os únicos equipamentos que Paulo usa par pescar são a arma, que ele chama de ‘arbalete’ – que usa arpões como munição -, uma máscara de mergulho e pé de pato. Ele conta que começou a encontrar os objetos por sorte.
Paulo não quis revelar o trecho exato do rio Calçoene onde fez as descobertas. Ele é conhecido como pescador de tambaquis gigantes em Calçoene.
“As pessoas sempre diziam que tinha coisas no fundo do rio. É um lugar que a gente chama de Cachoeira. Os caras mergulhavam, mas não encontravam nada, aí por sorte, eu encontrei esses objetos”, diz orgulhoso.
O pescador diz também que no último mergulho conseguiu avistar um objeto semelhante a um baú, mas que por causa do pouco equipamento, não conseguiu ir mais fundo para fazer o resgate. Ele decidiu esperar as águas baixarem, para poder tentar chegar perto, ainda esse ano.
Ele acredita que houve uma época onde pessoas vindas da Guiana Francesa, ais quais ele chama de ‘crioulos’, atravessavam para o Brasil usando o Rio Calçoene como rota para a extração de ouro. Nessas travessias, as embarcações acabavam afundando. Paulo acredita que eram barcos pequenos, pois o rio não comportaria grandes navios.
“Não havia estrada nessa época, por isso eles usavam o rio como rota. Tem mais coisas por ali, mas a melhor época para achar é quando a maré está baixa”, arrisca o pescador.
Paulo conta que além das moedas, também encontrou armas bem deterioradas por conta da ação do rio. Ele não conseguiu identificar o modelo, mas supõem que sejam mosquetes.
Segundo pesquisas realizadas pelo pescador, o Brasil não produzia armas nas primeiras décadas do século XX, por isso ele acredita que elas sejam oriundas da Europa ou da América, mais precisamente dos Estados Unidos, já que entre as moedas, foram encontradas quarter dólares americanos.
A respeito dos tambaquis gigantes que Paulo pesca, ele disse que podem chegar aos 30 quilos. E arante que é normal encontrar peixes desse tamanho em certa época do ano.