SELES NAFES
Uma mochileira espanhola estava disposta a viver no Amapá na clandestinidade apenas para não abandonar sua cachorra que seria impedida de entrar na Europa sem estar com todas as vacinas atualizadas. Um veterinário voluntário decidiu ajudar.
Formada em gestão ambiental, Mariona Gil de Biedma Galofré, de 26 anos, está viajando pelo mundo com uma mochila nas costas há 5 anos.
“Por causa da crise, se era para viver com pouco dinheiro então decidi viver com pouco dinheiro viajando pelo mundo”, justificou ela em Macapá.
Nas esquinas da capital e do município de Santana, ela e mais dois amigos mochileiros, um francês e outro espanhol, faziam malabarismos para ganhar trocados e ter o mínimo necessário para continuar a ‘expedição’.
Depois de muitas aventuras pelo Brasil tudo ia bem, até que ela foi intimada a deixar o país depois que o visto de permanência dela venceu. O maior problema é que companheira inseparável dela, uma cadela da raça schnauzer chamada Goa, estava com todas as vacinas atrasadas, e sem um laudo veterinário ela seria obrigada a deixar a cachorra para trás, o que para muita gente no Brasil não seriam difícil.
“Já resgatamos vários cachorros e gatos abandonados pelos donos na hora da mudança de endereço. Isso foi uma questão de cultura e amor pelos animais”, diz o diretor da ONG A Unidade de Proteção Animal Costelinha (Upac), Vitor Hugo, que foi acionado por uma assistente social de Santana comunicando a história.
“A assistente disse que ela não ia embora do Brasil sem a cadelinha, e que ela ia ficar clandestina aqui no Brasil”, lembra ele.
A ONG procurou a Clínica Petzee, parceira do projeto, e conseguiu todos os exames, vacinas e autorizações. Na última quinta-feira, 12, Mariona e Goa partiram para Oiapoque, onde atravessariam para a Guiana Francesa em direção à Barcelona, na Espanha.
“Ela disse que depois de cincos a aventura estava chegando ao fim”, lembra Vitor Hugo sobre a despedida.