Falta de combustível compromete o trabalho da Polícia Civil

Viaturas estão sem abastecer há pelo menos duas semanas. Mais de 20 processos de investigações estão parados
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CÁSSIA LIMA

A falta de combustível tem dificultado o trabalho dos delegados da Polícia Civil do Amapá há pelo menos duas semanas. Segundo informações, o plantão de flagrantes está funcionando normalmente, mas as viaturas estariam paradas. A Secretaria de Estado da Administração (Sead), que cuida do repasse da verba de combustível, informou que não há atrasos.

Com a falta de combustível os agentes não conseguem entregar as intimações para que iniciem os depoimentos. Mais de vinte investigações, inclusive as do fim de semana, estariam paradas pela falta de gasolina nas viaturas. Em frente ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do Pacoval, é possível observar carros da polícia parados.

Viaturas paradas por falta de combustível

Viaturas paradas por falta de combustível. Fotos: Cássia Lima

“Não temos gasolina há duas semanas e praticamente todas as investigações estão paradas. Não trabalhamos por falta de vontade, sim, de estrutura mínima. Tem carros que são a diesel, mas a maioria funciona com gasolina”, disse um escrivão que preferiu não ser identificado.

Macapá possui 10 delegacias e três Ciosp’s, sendo que apenas o Ciosp do Bairro Pacoval está funcionando. As delegacias de Crimes Contra a Pessoa (Decipe) e Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) são as que mais sofrem com a falta de combustível, já que atendem a um número maior de casos.

“Ficamos de mãos atadas com a falta de combustível. Não podemos colher depoimentos, fazer intimações e nem levar informações à Delegacia Geral. Esse é um problema antigo e recorrente. Infelizmente, nós delegados, só podemos cobrar, mas ficamos com receio de represálias”, contou um delegado que preferiu não se identificar.

Delegado Sávio Pinto: o acusado pode pegar mais de 2 anos de prisão

Delegado e presidente do Sinpol, Sávio Pinto: “ainda não há uma reclamação formal”

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Amapá (Sinpol), delegado Sávio Pinto, ainda não há uma reclamação formal sobre a falta de gasolina.

“A minha delegacia de Meio Ambiente está trabalhando normalmente. Nenhum delegado fez alguma reclamação formal pra mim no Sinpol. Quando a reclamação chegar, eu falo. Mas até agora não tenho essa informação”, destacou.

A Sead, que é responsável pelo repasse de combustível à polícia, informou que o abastecimento nas delegacias ocorre normalmente. O único município que passa por essa dificuldade é Oiapoque, por problemas de logística da própria instituição.

Seles Nafes
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