Grevistas da Ueap fecham ruas e queimam pneus

Greve completa dois meses sem nenhum avanço nas negociações com o governo
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CÁSSIA LIMA

Alunos, professores e técnicos da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) mais uma vez fecharam ruas e queimaram pneus na manhã desta segunda-feira, 16, no Centro, em protesto ao sucateamento da instituição. A greve geral completa dois meses sem nenhum avanço nas negociações com o governo.

queimas de pneus

Movimentos grevista e de ocupação da Ueap queimaram pneus próximo à instituição em protesto nesta segunda, 16. Fotos: Cássia Lima

Em assembleia os grevistas decidiram fechar a Rua General Rondon e a Avenida Presidente Vargas e queimar pneus em protesto. A proposta é chamar a atenção do governo para abertura de diálogo e, principalmente, definição de uma data para o retorno das atividades na Universidade Estadual. Veja o vídeo.

“A gente está buscando o mínimo de respeito e infraestrutura para estudar. A ocupação vai continuar e vamos sim queimar pneus. Não estamos pedindo nada de absurdo. Queremos o direito de estudar com dignidade”, disse Ediane Marinho, 20 anos, estudante do curso de filosofia.

Assembleia Geral aconteceu em frente ao prédio da Ueap

Assembleia Geral aconteceu em frente ao prédio da Ueap

O fogo chamou atenção de populares que passavam por alí, ao formar uma cortina de fumaça atingindo mais de 15 metros. Todo o perímetro em torno da Ueap foi fechado. A situação foi amenizada às 12h15 com a chegada do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, mas os grevistas continuam ocupando a rua.

Estudantes ocupam o prédio da Ueap há duas semanas

Estudantes ocupam o prédio da Ueap há duas semanas

Os alunos do movimento estudantil ocupam o prédio da Ueap há duas semanas e meia. Eles estão dormindo no Campus I da universidade. Com exceção deles, ninguém entra ou sai da Ueap.  

O movimento unificado pede o repasse integral do orçamento da universidade, Plano de Cargos, Carreiras e Salários aos técnicos, e estrutura mínima para o funcionamento da instituição que hoje está sem água, sem telefone e com a conta de luz atrasada há dois meses. 

Daimio Brito

Daimio Brito, professor do colegiado de química: não temos nada funcionando na Ueap

“A gente entende o momento de crise, mas o governo precisa olhar para cá. Não temos nada funcionando, e não é pela greve, é por falta de recurso. Nós professores vivemos uma dificuldade tamanha em lecionar numa instituição que não tem o mínimo, que é água nas torneiras”, destacou o professor do colegiado de química, Daimio Brito.

A Ueap possui 1.500 alunos matriculados em 12 cursos, 120 técnicos e quase 130 professores divididos em dois campi. Hoje o prédio está sucateado, sem água, telefone, a empresa prestadora do serviço de segurança está com 4 meses de salários atrasados e a limpeza do campus está sendo feita pelos alunos do movimento de ocupação da instituição.

Gean Nascimento

Gean Nascimento, Sindicato dos Técnicos Administrativos da Ueap: queremos a valorização dos técnicos que trabalham na instituição

“Nós iniciamos o movimento de greve pensando em negociar com o governo a conclusão do nosso plano de cargos, mas não conseguimos nada nesses dois meses. Queremos a valorização dos técnicos que trabalham o dobro e ganham metade do salário de um técnico do Estado”, explicou Gean Nascimento, do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Ueap.

Os alunos conseguiram uma reunião com o Governo do Estado, mas a imprensa não foi autorizada a acompanhar. O governo informou que só irá se pronunciar ao fim do diálogo.

Seles Nafes
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