CÁSSIA LIMA
Há quatro meses que os professores do contrato administrativo da Secretaria de Estado da Educação (Seed) estão sem receber. Os educadores lecionam, na maioria, no interior do Estado. Uma reunião ocorrida nesta semana tentou resolver o problema, mas ainda não há previsão de pagamento.
Segundo os professores, essa é a terceira vez que os salários atrasam em menos de um ano. São mais de 100 educadores que trabalham em municípios como Pedra Branca, Oiapoque, Laranjal do Jari, Calçoene e Amapá.
“Você imagina trabalhar meses e ter a informação que não vai receber? É inaceitável. Eu cumpri meus compromissos e o Estado, nada. Doí mais saber que não temos previsão de data para o pagamento”, disse uma professora do município de Amapá, que preferiu não se identificar.
O mais recente atraso no pagamento dos servidores do contrato ocorreu em outubro de 2015, quando o Estado atrasou os meses de agosto, setembro e outubro. No início de novembro a situação foi normalizada.
No entanto, os servidores temem pelo agravamento da crise e a falta de compromisso do Estado. Um professor da zona rural de Macapá que não quis se identificar, denuncia ainda as péssimas condições das escolas do interior.
“Já trabalhei em escolas que não tinham merenda escolar e o banheiro era um quadrado fora da escola, sem as mínimas condições. Mesmo com toda dificuldade, trabalhamos e agora não sabemos quando vamos receber. Isso é irreal”, reclamou o educador.
De acordo com a Secretaria de Estado da Administração (Sead), o pagamento não ocorreu por dois motivos. O primeiro, porque houve uma mudança no sistema que gera os pagamentos. E segundo, porque os diretores das escolas atrasaram o envio das folhas de ponto dos professores.
Uma reunião ocorrida nesta semana tentou resolver o problema, mas o único encaminhamento foi um estudo de folha suplementar. Porém, a secretaria ainda não deu previsão de pagar os servidores.