Vigilante teria intermediado a ‘venda’ de pelo menos 10 crianças, diz PC

A acusada e uma traficante estimulariam mulheres dependentes químicas a doar os filhos ainda na barriga
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SELES NAFES

A Polícia Civil do Amapá suspeita que a vigilante de 48 anos presa nesta segunda-feira, 30, no município de Oiapoque, tenha intermediado a ‘venda’ de pelo menos 10 crianças nascidas na fronteira. Uma delas teria sido levada por um casal da Guiana Francesa.

Maria Solange Maciel dos Santos é vigilante do Hospital de Oiapoque, e em 2011 foi condenada pelo assassinato do marido, que era vigilante da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Ela cumpriu boa parte da pena em regime semiaberto.

A nova prisão, decretada preventivamente pela Justiça, é um desdobramento da investigação que começou com a prisão em flagrante de um casal de Brasília acusado de tentar comprar uma criança de sete meses.

Crianças de 7 meses que teria sido 'vendida' ainda na barriga da mãe, que é viciada em drogas. Foto: PC/Divulgação

Crianças de 7 meses que teria sido ‘vendida’ ainda na barriga da mãe, que é viciada em drogas. Foto: PC/Divulgação

Nesta segunda-feira, o casal, a mãe biológica e uma taxista pagaram fiança para responder ao processo em liberdade. O marido, que é funcionário da Câmara dos Deputados, teve a fiança arbitrada em R$ 15 mil. Eles ainda responderão ao processo por tráfico de crianças e crime de barriga de aluguel. 

Nesta segunda-feira, 30, policiais civis prenderam uma traficante contumaz em Oiapoque.  A filha dela que já tinha ‘doado’ 8 filhos, informou que a vigilante seria a intermediária nas negociações.

“Ela aproveitava sua função no Hospital de Oiapoque para identificar mulheres grávidas. E a mãe também estimulava gestantes viciadas a doar seus filhos, a exemplo da filha dela e da mãe biológica que foi presa semana passada. Cada uma dela doou 8 filhos. Seguramente eles negociaram umas 10 crianças”, comentou o delegado Charles Corrêa, que investiga o caso.

O desafio da Polícia Civil agora é identificar e indiciar todas as mães que venderam os filhos. A vigilante foi levada para o mini-presídio de Oiapoque.  

Seles Nafes
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