ANDRÉ SILVA
Cerca de 50 famílias que foram retiradas da área invadida que fica ao longo da Rodovia Norte-Sul, Zona Norte de Macapá, estão acampadas em um campo de futebol próximo a invasão. Elas dizem que não têm onde morar e pedem ajuda do governo e da prefeitura. A Polícia Militar concluiu a reintegração de posse no fim da tarde de quarta-feira, 29. O processo durou dois dias.
As famílias estão reconstruindo os barracos usando parte do material que sobrou do que foi demolido. Entres os adultos há também muitas crianças, que dormem dentro dos barracos improvisados cobertos por telhas de amianto, debaixo de um calor escaldante.
“Eu sei que eles vão nos expulsar daqui também, mas nós não temos para onde ir. Aqueles especuladores que o juiz dizia que tinha aqui, foram todos embora. Eu não tenho casa e nem estou empregado, não tenho condições nem de pagar aluguel. O que nós queremos é só um lugar para morar”, desabafa Luis Oliveira, de 39 anos. Ele é casado, tem quatro filhos e está desempregado.
Homens e mulheres ‘metem a mão na massa’ para construir os barracos. Eles fazem um trabalho de formiguinha, vão até o local onde estão os entulhos e carregam o que podem até o campo. Maria das Graças Dantas, de 50 anos, tem pressão alta e diabetes. Ela e os cinco filhos estão no acampamento.
“Estou aqui porque preciso de uma moradia para mim e meus filhos. Nós não estamos aqui porque queremos”, desabafou.
Eles estavam ocupando uma grande área que fica no fim da Ilha Mirim, há mais de seis meses. A reintegração de posse expedida pelo juiz federal João Bosco Soares, demorou dois dias para ser concluída.
Uma comissão formada por deputados estaduais esteve na manhã desta quinta-feira, 30, em reunião com o governador Waldez Góes. Durante o encontro, os parlamentares cobraram celeridade na construção do conjunto habitacional Miracema, onde provavelmente as famílias serão alocadas.