CÁSSIA LIMA
O amapaense tem encontrado dificuldade de manter o tradicional feijão com arroz na mesa diariamente. Acontece que o preço do feijão aumentou 33% desde o início do ano. Nos supermercados, o produto atingiu a casa dos R$ 11 o quilo. O consumidor busca alternativas para ter o produto pagando menos.
Na Zona Sul de Macapá, o preço do feijão tem uma leve variação dependendo do tipo do produto. O feijão preto, por exemplo, varia entre R$ 5,87 e R$ 6,43 o quilo. Já o branco, que é o menos consumido, fica na faixa dos R$ 4,14 e R$ 7,36. O mais caro mesmo é o tradicional feijão rajado, do tipo carioca, que tem preço mínimo de R$ 7,44 e máximo de R$ 11. Após seis unidades, o preço cai para R$ 10,24 em muitos supermercados.
“Eu vim fazer compras e levei um susto. Tá muito caro. Preferi escolher outros itens da lista. Arroz é um que vou levar em dobro, pra compensar. Achei o feijão rajado caro demais, vou pesquisar em outro lugar”, disse a aposentada Maria das Neves Coelho.
Segundo os agricultores, o motivo do aumento no preço está no campo, a safra foi complicada, enfrentando chuvas e um longo período de estiagem. E o frio que faz no sul e sudeste, onde tem os maiores plantios, acabou com as plantações. Para se ter ideia, a saca de 60 quilos do feijão carioquinha chegou a ser vendida por R$ 500 essa semana. Ano passado, nessa mesma época, valia R$ 140.
Mas para o economista José Iguarassu, outros fatores contribuíram para o aumento do produto, como a inflação e a logística de transporte. Segundo ele, a tendência é que o preço do feijão se mantenha ‘nas alturas’.
“Além da condição das plantações e toda dificuldade devido ao clima, tivemos uma alta na inflação, isso aumentou também o preço da logística do transporte do produto. E o comerciante avalia tudo isso na hora de tabelar o feijão. A tendência agora é que o valor se mantenha, mas a população provavelmente vai substituir o alimento por outro, principalmente os de classe baixa”, explicou.
Essa não é a primeira alta no preço do feijão, ano passado também houve dificuldade na lavoura que acabou elevando o preço do produto. Mas como é um item da cesta básica, a comoção foi maior esse ano.
O aumento também atingiu o valor das frutas e verduras. O mamão, por exemplo, atingiu o preço de R$ 10 o quilo, quando antes era R$ 1,50. Assim como a pera, que atingiu R$ 40 reais o quilo. Nesse caso, o aumento se deve, também, a falta de produção local.