CÁSSIA LIMA
Cerca de 100 pessoas protestaram na manhã desta segunda-feira, 27, em frente ao Palácio do Setentrião, contra a determinação judicial de reintegração da área da Norte/Sul ocupada por invasores desde novembro de 2015. Os invasores alegam não ter onde morar e pedem intervenção do governo. O trecho da Rua General Rondon, em frente ao Palácio, foi bloqueado.
As famílias se recusam a sair, e, segundo determinação do juiz federal João Bosco Soares, a área deve ser desocupada até amanhã, 28. Os invasores são representados por uma comissão formada por famílias e deputados estaduais.
“Não temos para onde ir. Muitas famílias saíram do aluguel para ficar lá. Queremos que o governo nos ajude e nos assegure que vamos ter casa nos próximos conjuntos habitacionais”, pediu o representante dos moradores, Walace Natan.
Segundo a reunião do dia 22, na Justiça Federal, o juiz determinou que o governo faça um cadastro das famílias que realmente precisam, para que sejam transferidas para o conjunto Miracema.
De acordo com Maria das Neves Furtado, uma das ocupantes da área, a justiça poderia dar mais tempo para as famílias procurarem outro lar provisório.
“Não temos para onde ir e muitos estão desempregados. Concordamos em sair desde que alguém nos assegure que vamos ter nossa casa. Não querem que a gente viva na ponte nem na área, então que arrumem um lugar pra gente ficar”, declarou.
Segundo levantamento da Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (Sims), cerca de 3 mil famílias ocupam a área. Existe um lote com mais de 10 famílias indígenas que deverão ser abrigadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
A reintegração de posse da área foi determinada pelo juiz João Bosco porque as obras de construção do Miracema, que terá 5 mil unidades habitacionais, não poderão começar enquanto a área não for desocupada. O terreno já foi entregue ao Fundo Nacional de Habitação e a obra está licitada pelo governo do Amapá.