CÁSSIA LIMA
Tem aumentado o número de crianças diagnosticadas com câncer no Amapá. Hoje, mais de 50 fazem tratamento fora do Estado. O caso do Bruno Dias, 11 anos, é um deles. Ele descobriu o câncer há dois anos e desde o último domingo, 29 de maio, voltou para casa desenganado pelos médicos. A família pede ajuda.
Como qualquer criança da sua idade, Bruno brincava e estudava, mas tudo mudou em 2014. A família assistia a um jogo de futebol no município de Mazagão, quando o menino fugiu dos pais e subiu em um jambeiro, travessura que muitas crianças fazem. Entretanto, Bruno caiu da árvore, se ferindo em restos de materiais de construção que estavam próximos. Desde então, muita coisa mudou.
Bruno foi diagnosticado com osteosarcoma, um tipo comum de cancro que afeta o osso e envolve as pilhas anormais do osteoblast, células responsáveis pela construção dos ossos.
“Ele bateu a cabeça e o braço na queda, ficou internado 3 meses por causa de um grave problema no braço e foi encaminhado para Porto Alegre, para uma cirurgia de pino no pescoço. Quando voltamos, em um exame de rotina, descobrimos que ele estava com um tumor no pulmão. Nesse momento ele já tinha febre e tossia sangue”, contou a mãe, Benedita Dias, de 36 anos.
Bruno precisou amputar o braço esquerdo, mas logo o foco se voltou para o câncer, que se alastrava cada vez mais rápido. A mãe, com muito esforço, conseguiu viajar com a criança para São Paulo. Lá, eles passaram 10 meses em tratamento de quimioterapia, no Hospital Santa Marcelina. Até que na semana passada veio mais uma triste notícia.
“Um dia o médico chegou comigo e disse que ia suspender a quimioterapia pra ver se o corpo dele respondia. Quando foi na semana passada, o médico dele disse que já tinha feito de tudo por ele [Bruno], e agora era só esperar pela vontade de Deus. Eu chorei muito”, disse Benedita emocionada.
A família que mora na passarela Lourenço Araújo, no Bairro Novo Horizonte, Zona Norte de Macapá, chegou domingo de São Paulo e desde então, devido à gravidade da doença, a criança só respira por meio de cilindro de oxigênio. Parentes e amigos chegaram a comprar uma válvula, já que o Estado não tinha para fornecer, para que a criança ficasse em casa. Eles deixaram de receber a ajuda do programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) antes do prazo.
“Chegamos a dar entrada e recebemos por meio da ajuda da ONG Carlos Daniel. Há cinco meses não temos recebido nada. Eu parei de trabalhar para cuidar dele e hoje meus pais me ajudam com o que ele precisa. Eu não disse para ele que o tempo de vida é curto. Quero dar mais conforto para o meu filho, é isso que peço”.
Nesse momento delicado, a mãe pede ajuda para terminar de construir o quarto do filho. Segundo a recomendação médica, não há um tempo estimado para o câncer tomar conta por completo da vida de Bruno.
“Eu queria ajuda até com madeira, já que estamos construindo nossa casa numa área de ponte, atrás da casa dos meus pais. Qualquer ajuda que dê para comprar uma cama melhor para ele e, principalmente, jogos, já que isso o distrai”, pediu a mãe.
A família pede que os interessados entrem em contato pelo número de telefone (96) 99130-7364, ou façam depósitos na Conta Corrente 0006927-2, Agência 1495-8, em nome de Benedita Dias. A conta é do Banco Bradesco. Atualmente a família recebe ajuda de parentes e apoio da ONG Carlos Daniel.