SELES NAFES
O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), não saiu muito satisfeito do encontro que teve com a equipe econômica e o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), em Brasília nesta segunda-feira, 20. Tudo porque o acordo para suspensão do pagamento de dívidas dos estados dará um fôlego de apenas R$ 2 milhões ao Amapá, quando a expectativa era de ao menos R$ 20 milhões mensais.
Os governadores foram chamados porque o governo federal decidiu ajudar os estados mais endividados suspendendo o pagamento de suas dívidas com a União. Será uma espécie de carência para a retomada dos pagamentos para aliviar a crise nas unidades.
Ao final, a notícia não foi das melhores o Amapá e vários outros estados. A suspensão só valerá para as dívidas mais antigas, contraídas até 2010, o que no caso do Amapá representam somente 10% dos débitos mensais, ou seja, R$ 2 milhões.
A maioria das dívidas do Estado, cerca de 90%, foi gerada em 2012, época em que o Amapá consolidou empréstimos com a Caixa Econômica para federalização da CEA e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos em obras.
As dívidas com a Caixa e com o BNDES representam juntas prestações que somam mais de R$ 20 milhões mensais. A expectativa do Amapá, e de outros estados, é que haveria uma carência para a retomada dos pagamentos, e o restante a ser quitado em parcelas reduzidas ao longo de 16 meses.
“O ganho foi insignificante. 90% das dívidas foram contraídas há 4 anos, e essas dívidas não foram negociadas aqui. O Amapá e vários estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste não serão alcançados por este benefício. Agora a gente espera que depois a Presidência abra uma nova agenda para discutir com os estados que não foram beneficiados”, disse o governador logo após o encontro.
De acordo com o Waldez Góes, o Fórum Permanente de Governadores vai continuar pressionando o governo federal a discutir a situação dos estados menos favorecidos. Apesar do resultado, o governador acredita que a situação do país como um todo comece a melhorar.
“Comemoramos junto com os estados maiores mais favorecidos porque fortalece a agenda federativa, porque isso vai ajudar na economia nacional”, concluiu.