Com greve, escolas estaduais ficam sem vigilantes

Greve dos vigilantes atinge 30% da categoria. Não tem previsão de retorno dos trabalhadores aos postos de trabalho
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CÁSSIA LIMA

Nessa terça-feira, 26, a Escola Estadual Professor Gabriel de Almeida Café, localizada no Centro, amanheceu sem vigilantes. Segundo o Sindicato dos Vigilantes do Amapá, a escola é uma das muitas do Estado que foi afetada pela greve que atinge 30% da categoria.

Professores e funcionários que estavam na escola não quiseram gravar entrevista, mas informaram que o posto de vigilância está vago desde segunda, 25, quando iniciou a greve por tempo indeterminado da categoria. Um funcionário da administração estava no portão da escola fazendo o controle de pessoal.

De acordo com o sindicato, cerca de 1,5 mil vigilantes estão em greve reivindicando 8 meses de salários atrasados e melhores condições de trabalho. Todos os postos das escolas agrícolas estão vagos. A categoria voltou a ocupar ruas e avenidas do Centro nesta terça.

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Categoria reivindica 8 meses de salários atrasados. Fotos: Cássia Lima

“Não tem como continuar trabalhando sem receber, não dá mais. Temos que criar nossos filhos e pagar contas. Muitas escolas vão iniciar as aulas sem vigilantes, mas não vamos voltar sem ter previsão de pagamento”, destacou o vigilante, Josué Silva.

Os servidores têm postos, na sua maioria, nas escolas do Estado, Secretaria de Saúde (Sesa) e Secretaria de Transporte (Setrap).  A maioria alega que há dois anos não pode tirar férias, e quando elas são concedidas geralmente não são pagas.

Cristiano, vigilante

Cristiano Cabral, vigilante: “temos cinco meses de salários em atraso dessa gestão e três da gestão passada”

“Não pagaram minhas férias. O governo não dá exemplo de cortes de gastos e nem dialoga com os servidores. Temos cinco meses de salários em atraso dessa gestão e três da passada. Temos que fazer bicos para sobreviver”, reclamou o vigilante Cristiano Cabral.

Além do colégio Gabriel Almeida Café, a escola Ruth Bezerra, na Zona Norte, também está sem cobertura. A categoria alega que durante a semana, mais escolas da capital devem ficar sem vigilância.

A Seed, ao ser questionada sobre o assunto, não falou sobre os postos vagos, mas lançou nota admitindo a dívida com as empresas de vigilância.

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Greve não tem data para terminar

“O Governo do Estado do Amapá reconhece as dívidas com as empresas de vigilância e destaca que o atraso é decorrente das frustrações de receita do Estado, por conta das quedas na arrecadação própria e transferências federais. Neste primeiro semestre de 2016, as perdas já somam R$ 308 milhões, superior aos 12 meses de 2015 que foi de R$275 milhões. O Governo lamenta o atraso e aguarda melhora na receita para que possa honrar seu compromisso com as empresas e trabalhadores”, diz a nota.

Seles Nafes
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