ANDRÉ SILVA
Índios de nove etnias ocupam a sede da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) no Amapá desde o último dia 4 de junho. Eles reivindicam a nomeação imediata do novo líder da pasta e melhorias no atendimento à população indígena.
A ocupação ocorre nacionalmente. São mais de 400 índios que se revezam dia e noite em um ato de protesto. Eles passam o dia discutindo pautas do movimento. Na quarta-feira, 13, está previsto um ato na BR-156.
“Neste dia estaremos fazendo um ato de forma unificada. Índios de todo Brasil estarão se mobilizando e manifestando seu descontento com o cuidado do povo indígena”, conta Gilberto Iaparrá, um dos líderes do movimento.
Os indígenas contam que os serviços de saúde e educação são prestados de forma precária nas aldeias.
“Temos nossos professores, mas eles não são formados. Há tempos nós lutamos pela formação deles, mas até hoje nada. Outra situação é com os Agentes de Saúde (AS), nós queríamos que pessoas de nossas aldeias recebessem capacitação na área para atender aos demais”, protesta Sileide Kaxuyana, de 35 anos.
Ela conta também que quando os jovens vêm para a cidade estudar, acabam se envolvendo com más companhias e adquirindo hábitos que não fazem parte da realidade do seu povo.
Os índios que ocupam a sede da Funai são das etnias Apalai, Galibi-Maerworo, Galibi-kal’ña, Karipuna, Kaxuyana, Palikur, Tiriyó, Waiãpi e Waiana.
Os indígenas dizem ser contra a Medida Provisória nº 731/2016 que, segundo eles, anularia as ações do Ministério da Justiça e Cidadania, que fiscalizam e protegem os territórios indígenas. Um ato nacional unificado acontece nesta quarta-feira, 13, e no Oiapoque eles prometem bloquear a BR-156.