ANDRÉ SILVA
“Às vezes ele chora sozinho”, conta o conselheiro tutelar da Zona Sul, Márcio Barreto, sobre o menino que recebeu uma descarga elétrica enquanto brincava no Bairro Buritizal, há 24 dias, e que segue internado no Hospital de Emergência de Macapá. Ele ainda não tem previsão de alta, já está acordado e não corre mais risco de morte.
O conselheiro já havia solicitado a transferência do menino para o Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), mas semanas depois teve que desfazer o pedido e solicitar o retorno dele para o HE.
“Acontece que na Pediatria não há tratamento para queimados como no HE. Ele precisa de ortopedista, cirurgião plástico e eles ficam todos no HE, o tempo todo, e eles só atendem no Hospital da Criança quando ligam. Às vezes ele chora sozinho. A gente entende que ele já esteja compreendendo alguma coisa”, relata o conselheiro, referindo-se às sequelas deixadas pela descarga elétrica. O menino teve os pés amputados.
A avó materna do garoto, Analice Lima, de 42 anos, conta que no dia do acidente o garoto fugiu para brincar como fazia todos os dias. O acidente ocorreu um dia depois do vendaval que causou estragos na capital. O menino acabou pisando num fio de alta tensão.
“Ele era acostumado a subir a ladeira lá de casa para brincar com as outras crianças. No dia eu não lembro se ele fugiu pela porta ou pela janela. Ele fugia muito”, conta a avó.
“Ele já senta e mexe o pedaço da perna esquerda. Na cabeça ainda há muitos ferimentos”, comenta a avó materna. A guarda provisória da criança continua com a avó paterna a pedido do Conselho Tutelar, que considera a mãe incapaz de proteger o menino.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), a criança recebeu alta pediátrica no dia 11 deste mês enquanto estava no HCA. Ele permaneceu internado para passar por uma avaliação médica para realização de procedimento cirúrgico, caso fosse necessário. De lá o menino foi transferido para o HE onde aguarda a liberação dos médicos.
Foto de capa foi fornecida pela avó da criança.