Obras em conjunto nos Congós completam 3 anos de abandono

Apartamentos continuam sendo saqueados e depredados
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CÁSSIA LIMA

Era para ser o sonho da casa própria de 397 famílias, mas o Conjunto Habitacional do Bairro Congós está tirando o sono de muita gente. Além do abandono de 3 anos da obra, o local é usado para consumo de drogas e esconderijo de bandidos. E apesar de estar localizado bem em frente ao Ciosp do bairro, um comerciante próximo do local já foi assaltado cinco vezes.

Pia quebrada

Apartamentos foram saqueados. Fotos: Valdeí Balieiro

Na última semana, a construção voltou a chamar atenção da sociedade não apenas por estar parada há três anos, mas também por ser alvo de roubos, esconderijo de bandidos e ponto ideal para o consumo de drogas, segundo afirmam os moradores próximos do local.

Comerciante Carlos Lopes teve o estabelecimento roubado cinco vezes, duas este ano. Fotos: Valdeí Balieiro

Comerciante Carlos Lopes teve o estabelecimento roubado cinco vezes, duas esse ano

“Essa obra tá abandonada há muito tempo. Durante à noite é uma roubalheira horrível, inclusive na própria obra. O pessoal já quebrou, levou janela, fiação elétrica e até vaso sanitário. É uma obra que não serve pra nada, só pra chamar bandido e usuário de drogas. Mesmo com o Ciosp do lado eu já fui assaltado cinco vezes, duas só esse ano”, reclamou o comerciante Carlos Lopes.

Novo prazo para entrega do conjunto é para dezembro desse ano

Novo prazo para entrega do conjunto é para dezembro desse ano

As obras do conjunto Congós estão orçadas em R$ 1.4 milhão e iniciaram em 2011, mas foram paralisadas em 2013. Na época, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf) afirmou que a paralisação ocorreu por causa de trâmites legais da mudança da obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o programa Minha Casa, Minha Vida. O primeiro prazo de entrega era para setembro de 2014.

Secretário de Infraestrutura, André Rocha: "

Secretário de Infraestrutura, André Rocha: “quando assumimos a gestão, a obra estava quase perdida”

“Quando assumimos a gestão, a obra estava quase perdida. Fizemos um diálogo intenso com a Caixa Econômica Federal e conseguimos autorização para a reprogramação da obra, mas precisamos ajustar ponto por ponto. Isso demandou muito tempo”, justificou o secretário de Infraestrutura, André Rocha.

Material

Papeis e equipamentos de proteção individuais estão jogados em apartamentos 

De acordo com o secretário, no primeiro semestre de 2016, a segunda parte da obra foi licitada, mas a ordem de serviço da Caixa Econômica saiu apenas nessa semana. O valor em caixa é de R$ 16 milhões para a construção de 160 unidades pela Caixa. O Estado deve construir 120 unidades com recursos próprios para os sete blocos do habitacional.

Conjunto Habitacional do Congós (2)

Caixas elétricas foram violadas

“Nós já licitamos as 120 unidades com ordem de serviço para segunda-feira, 11. A meta é entregar essa parte até dezembro. Isso foi um trabalho que tivemos que recuperar porque a gestão passada perdeu o prazo na Caixa Econômica. Já atualizamos os preços e projetos, e com muito esforço não perdemos esse dinheiro”, frisou o secretário.

Muito mato e lixo se acumulam no local

Muito mato e lixo se acumulam no local

Como a construção da obra foi por licitação, os trabalhos continuam a cargo da empresa Atos Construções. Nesta manhã, uma vistoria fez o levantamento dos roubos no local e já solicitou apoio da polícia. A ideia é que o canteiro de obras seja reativado e os roubos de material acabem.

engeheiro Luiz Júnior

Engenheiro Luiz Júnior, responsável pelas obras: “acreditamos que essas situações acabem”

“Vamos fazer o acabamento dos 120 apartamentos já reajustando no relatório o roubo das janelas, portas, fiação elétrica e até a cerca que foi danificada com a paralisação da obra. Acreditamos que essas situações acabem”, destacou o engenheiro civil da obra, Luis Silva Júnior.

Seles Nafes
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