CÁSSIA LIMA
Era para ser o sonho da casa própria de 397 famílias, mas o Conjunto Habitacional do Bairro Congós está tirando o sono de muita gente. Além do abandono de 3 anos da obra, o local é usado para consumo de drogas e esconderijo de bandidos. E apesar de estar localizado bem em frente ao Ciosp do bairro, um comerciante próximo do local já foi assaltado cinco vezes.
Na última semana, a construção voltou a chamar atenção da sociedade não apenas por estar parada há três anos, mas também por ser alvo de roubos, esconderijo de bandidos e ponto ideal para o consumo de drogas, segundo afirmam os moradores próximos do local.
“Essa obra tá abandonada há muito tempo. Durante à noite é uma roubalheira horrível, inclusive na própria obra. O pessoal já quebrou, levou janela, fiação elétrica e até vaso sanitário. É uma obra que não serve pra nada, só pra chamar bandido e usuário de drogas. Mesmo com o Ciosp do lado eu já fui assaltado cinco vezes, duas só esse ano”, reclamou o comerciante Carlos Lopes.
As obras do conjunto Congós estão orçadas em R$ 1.4 milhão e iniciaram em 2011, mas foram paralisadas em 2013. Na época, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf) afirmou que a paralisação ocorreu por causa de trâmites legais da mudança da obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o programa Minha Casa, Minha Vida. O primeiro prazo de entrega era para setembro de 2014.
“Quando assumimos a gestão, a obra estava quase perdida. Fizemos um diálogo intenso com a Caixa Econômica Federal e conseguimos autorização para a reprogramação da obra, mas precisamos ajustar ponto por ponto. Isso demandou muito tempo”, justificou o secretário de Infraestrutura, André Rocha.
De acordo com o secretário, no primeiro semestre de 2016, a segunda parte da obra foi licitada, mas a ordem de serviço da Caixa Econômica saiu apenas nessa semana. O valor em caixa é de R$ 16 milhões para a construção de 160 unidades pela Caixa. O Estado deve construir 120 unidades com recursos próprios para os sete blocos do habitacional.
“Nós já licitamos as 120 unidades com ordem de serviço para segunda-feira, 11. A meta é entregar essa parte até dezembro. Isso foi um trabalho que tivemos que recuperar porque a gestão passada perdeu o prazo na Caixa Econômica. Já atualizamos os preços e projetos, e com muito esforço não perdemos esse dinheiro”, frisou o secretário.
Como a construção da obra foi por licitação, os trabalhos continuam a cargo da empresa Atos Construções. Nesta manhã, uma vistoria fez o levantamento dos roubos no local e já solicitou apoio da polícia. A ideia é que o canteiro de obras seja reativado e os roubos de material acabem.
“Vamos fazer o acabamento dos 120 apartamentos já reajustando no relatório o roubo das janelas, portas, fiação elétrica e até a cerca que foi danificada com a paralisação da obra. Acreditamos que essas situações acabem”, destacou o engenheiro civil da obra, Luis Silva Júnior.