Vigilantes iniciam greve no Amapá

Algumas empresas devem até 8 meses de salários
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DA REDAÇÃO

Vigilantes que prestam serviços em órgãos do Estado decidiram começar uma greve geral. Eles  realizaram uma assembléia geral na manhã desta segunda-feira, 25, na Praça da Bandeira, Centro de Macapá.

Trabalhadores de algumas empresas reivindicam 8 meses de salários atrasados e melhores condições de trabalho. Em outras existem trabalhadores há 6 meses sem receber.

Elmir: mais de 20 anos de profissão e 5 meses sem receber. Fotos: Leonardo Melo

Elmir: mais de 20 anos de profissão e 5 meses sem receber. Fotos: Leonardo Melo

“Pra se ter uma ideia, no contrato com a Secretaria de Educação nós já estamos completando agora em agosto oito meses de salários atrasados. São três meses de 2014 que nunca foram pagos e nesse ano já estamos fechando cinco meses”, disse o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Amapá, Roberto Farias.

Ele diz que as empresas têm dificuldades de apresentar documentações exigidas para receber seus pagamentos do Estado, especialmente as certidões negativas de Previdência e Receita Federal, por exemplo.

“Acontece que o governo faz o pedido dessa documentação e as empresas não têm para apresentar. Quando o processo fica pronto para pagamento o governo não dispõem mais desse dinheiro”, afirma o presidente.

Além da Seed, o presidente disse que existem outras secretarias com o mesmo problema, como é o caso da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

“O trabalhador  não aguenta mais, já está no seu limite. A única maneira que encontramos de se fazer ouvido e tentar resolver esse problema foi convocar a paralisação geral dos trabalhadores”, desabafa.

Presidente do Sindicato dos Vigilantes, Roberto Farias: empresas não têm certidões negativas para receber

Presidente do Sindicato dos Vigilantes, Roberto Farias: algumas empresas não têm certidões negativas para receber

Roberto diz que existem  apenas duas empresas que estão com o pagamento em dia, que é a Elite e a Prosegur. O restante, 8 empresas, está com os pagamentos atrasados.

O sindicato afirma que os vigilantes trabalharam normalmente até este domingo, 24, e que muitos precisam fazer ‘bicos’ para sobreviver.

Elmir José da Costa, de 51 anos, é vigilante há mais de vinte anos, e não recebe há cinco meses. Depois de tanto tempo de profissão, ela não entende como empresas sem lastro financeiro conseguem vencer os processos de licitação.

“A empresa alega que a culpa é do governo, é a única desculpa que eles nos dão. Só que sabemos que essas empresas também têm culpa no cartório. Elas não executam o que reza no contrato de licitação que diz que as empresas devem ter dinheiro em caixa para suprir essas emergências por exemplo”, denuncia o vigilante.

A greve é por tempo indeterminado e os vigilantes prometem se reunir todos os dias na Praça da Bandeira. O sindicato não divulgou o percentual de adesão. 

Seles Nafes
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