Aumenta a procura por saques do seguro desemprego no Amapá

Crescimento se deve a alta taxa de demissão do Estado, que segundo o IBGE, lidera o ranking nacional
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CÁSSIA LIMA

A gerência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no Amapá registrou nos últimos dias um aumento significativo na procura pelo Seguro Desemprego. O crescimento se deve a alta taxa de demissões no Estado que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), lidera o ranking nacional.

Mais de 15% dos amapaenses estão desempregados ou desocupados, diz IBGE. Isso significa uma população de 19 a 29 anos que possui força de trabalho, mas não tem ocupação. Segundo o MTE, mais de 200 pessoas sacaram o seguro nos últimos 15 dias. O número é considerado alto.

Joel Lima

Joel Lima, técnico do IBGE: “é uma situação preocupante”

“Essa é uma situação muito preocupante. Claro que temos o agravante da crise financeira, mas o setor privado anda demitindo muito. É uma taxa de 11% em demissões”, destaca o técnico do IBGE, Joel Lima.

O auxiliar de topografia, Israel Pablo, 21 anos, faz parte dessa estatística.  Ele trabalhou nos últimos quatro anos de carteira assinada. Tem formação e vontade de trabalhar, mas falta oportunidade.

“Eu fui demitido do trabalho há três meses. Desde então procuro emprego e nada. Vontade eu tenho, formação também, mas tá difícil, falta emprego”, destaca o auxiliar que já foi sacar o seguro para sobreviver, mas os planos eram outros.

“Eu queria guardar meu seguro para construir minha casa no bairro Brasil Novo, mas não dá.  Preciso ajudar em casa e como o único dinheiro que tenho tá aqui, tive que sacar”.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) feita pelo IBGE, 70% das pessoas desempregadas estão recorrendo ao beneficio como renda, o restante está ou guardando para um momento pior ou investindo em pequenos negócios autônomos.

A pesquisa traz outros dados interessantes como, por exemplo, a quantidade de trabalhadores autônomos. São 95 mil profissionais nessa condição. Cerca de 71 mil são funcionários públicos, e 61 mil são funcionários de empresas. E apesar da demissão e corte de gastos do Estado, é o setor público que mais contrata.  Nos últimos dois meses, mais de 10 mil pessoas foram contratadas pelo Estado.

Seles Nafes
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