JÚLIO MIRAGAIA
Vigilantes que atuam em órgãos administrativos serão remanejados, provisoriamente, para as escolas onde a situação de furtos está mais crítica. Essa é uma das medidas anunciadas nesta quinta-feira, 18, pelo Governo do Estado no pacote de medidas para segurança nas instituições de ensino. Através de um contrato corporativo com a Secretaria de Estado de Administração (Sead) será efetivada a decisão.
A informação foi repassada durante a tarde, em coletiva de imprensa, no auditório da Secretaria de Estado de Educação (Seed), pela secretária da pasta, Goreth Sousa, o secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Gastão Calandrini e o comandante geral da Polícia Militar do Amapá, coronel Carlos Souza.
Além da realocação dos profissionais de vigilância, foi anunciado também que a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), estará presente nas escolas, para fazer a iluminação externa e nas redondezas.
“Isso vai fazer com que a sensação de segurança aumente e afaste a possibilidade dessas intrusões”, disse Goreth Sousa.
Os lugares que a CEA está iluminando a partir de hoje foram escolhidos por orientação da Polícia Militar (PM), através do Batalhão de Policiamento Escolar, que tem acompanhado a situação. A Secretaria de Infraestrutura (Seinf) também irá colaborar, junto aos diretores, para a reforma na iluminação interna dos colégios.
Outra medida tomada pelo governo é a participação da Polícia Civil, investigando a responsabilidade sobre os furtos e avaliando se há outro tipo de motivação para as invasões nos prédios das escolas.
“Tratam-se realmente de oportunistas, que adentram nas escolas com o objetivo de tirar algum benefício, mas também nãos descartamos a possibilidade de haver alguma motivação por parte de alguns segmentos que estamos investigando”, afirmou o secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Gastão Calandrini.
A quarta medida, já anunciada na quarta-feira, é a extensão das rondas policias nas escolas para o turno da madrugada. De acordo com o comandante geral da Polícia Militar do Amapá, coronel Carlos Souza, foi ampliado o serviço de policiamento escolar de 35 para 40 viaturas.
“Não vamos ter o policial, fisicamente, vigiando a escola pois isso não é uma missão constitucional da Polícia Militar, mas vamos sim colaborar para que a secretaria possa se reorganizar e nós tenhamos todos a segurança mista que vai ser o que foi eleito pelo governo”, comentou o coronel.
Souza explicou ainda que os custos da vigilância eletrônica diminuirão os gastos do estado com o serviço. Hoje, um posto de trabalho com 4 vigilantes custa aos cofres públicos cerca de 24 mil reais. A vigilância monitorada descerá o custo para 3 mil.
Vigilância mista
Goreth Sousa explicou que o modelo de vigilância que está sendo licitado contará com a presença física de vigilantes onde não é possível instalar a vigilância monitorada.
“Há casos em que teremos que instalar os dois tipos, tanto físico quanto vigilância eletrônica monitorada”, destacou a secretária de Educação.
A representante da Seed disse ainda que o prazo para a central de licitação fechar o processo será entre 4 e 6 meses.
Escolas selecionadas para monitoramento
Sobre as escolas que receberão monitoramento, o coronel Carlos Sousa disse que foi feita uma seleção das escolas com maior índice de ocorrências e vulnerabilidade.
“É um estudo não só pelas intrusões que houveram nesse último mês, como também escolas que estão em locais onde a incidência criminal é grande, são escolas mais suscetíveis a ter esse problema, então foram selecionadas escolas de Santana, na Zona Norte, Zona Sul e no Centro.
Orçamento
Foi informado ainda pela Secretaria de Educação que os recursos estão dentro da previsão orçamentária do executivo.
“Nós só podemos licitar se houver cobertura orçamentária. O problema, é que pela crise nós não tivemos capacidade financeira de honrar os compromissos com os serviços de vigilância”, falou Goreth.
“O processo se inicia através da central de licitação, já com a indicação da Secretaria de Planejamento e da Secretaria de Educação, com orçamento suficiente para que a gente realize a licitação. Com isso estamos considerando uma redução significativa de valores”, concluiu.