CÁSSIA LIMA
A jovem mãe Jéssica da Silva Saraiva, de 19 anos, está aflita com a demora para a transferência do filho Francisco Ícaro, de 2 anos, para São Paulo. A criança, que está internada no Hospital da Criança e do Adolescente, apresenta suspeita de leucemia e precisa viajar com urgência. A Secretaria de Saúde do Estado informou que as passagens já estão garantidas.
“Meu filho não pode esperar mais. Cada dia que passa é um dia a mais que a doença avança. Já temos o leito e um apartamento pra ficar, mas a passagem, que é o principal, nada. Estamos desesperados e pensando em vender as coisas”, contou a mãe.
Há oito dias Ícaro encontra-se internado e aguardando a transferência. Segundo a mãe, ele tem tosse e vômitos constantes, mas não está sendo medicado. Ela encontrou procurou ajuda na ONG Carlos Daniel.
Jéssica, que veio com o filho da comunidade do Pirativa do Matapi, conta que o menino nasceu com um nódulo na região da nuca, e que os médicos o examinaram e disseram que “não era nada”, que logo sumiria. Mas não foi o que aconteceu.
“Os nódulos se multiplicaram e começou a dor no corpo e o vômito. Trouxemos ele pra Macapá e me disseram que era suspeita de leucemia. Temos encaminhamento para o hospital Santa Marcelina. Vim pedir ajuda e informação na ONG e ganhei muito apoio”, frisou a mãe da criança.
O presidente da ONG, Agenilson Pereira, infelizmente, por questões financeiras, não conseguiu comprar as passagens da mãe e do filho. Mas conseguiu doações de toalhas, agasalhos, edredom, kit de higiene, fraldas, sapatos e mala.
“A ONG não tem renda. Eu, muitas vezes, tiro do meu bolso ou doações de pessoas sensíveis à causa. Já procuramos informações na Sesa, mas ainda não tivemos resposta. Eu sei a preocupação da família e a necessidade de uma transferência imediata”, destacou Agenilson.
A assessoria de comunicação da Sesa informou no início da tarde à reportagem do site que as passagens para a mãe e filho estão marcadas para a madrugada de segunda-feira, 5. Mas a notícia não aliviou a mãe.
“Eu fico aflita e com o coração na mão. Já marcaram uma vez a viagem e na hora não deram a passagem. Eu estou há oito dias esperando. Até quando meu filho vai ter que esperar? Ele vai sofrer até quando?”, indagou a mãe.