CÁSSIA LIMA
Mais uma vez os pacientes do Hospital de Emergência (HE) de Macapá reclamam da superlotação e falta de anestesia. Familiares dizem que pacientes precisam suportar a longa espera por cirurgias em locais impróprios e sem previsão de alta.
O estudante Samuel da Costa (foto de capa) é um desses pacientes. Ele aguarda há 46 dias uma cirurgia ortopédica no HE depois de fraturar a perna esquerda em um acidente. Já ficou em maca no corredor do hospital, mas devido a uma goteira, foi colocado em outro lugar.
“Lá onde eu estava a goteira caia bem em cima da minha cama. Minha mãe reclamou até me tirarem de lá. Faz duas semanas que não tenho previsão de cirurgia. Já rodei esse hospital inteiro”, disse Samuel.
O jovem e mais 70 pacientes do hospital que aguardam na fila para cirurgias ortopédicas, mas o problema não é só esse. A Helena Tavares, 34 anos, estava há três dias internada no HE com crise de apendicite, somente na manhã desta quarta-feira, 17, foi operada.
“Os funcionários do hospital disseram que não tinha anestesia há dois dias, por isso que não puderam operar ela. Estávamos com medo do apêndice estourar. Ela gemia de dor. Agora, graças a Deus, ela já foi operada”, disse o marido de Helena.
Infelizmente, reclamações no Hospital de Emergência são frequentes. O hospital, construído há mais de 25 anos para atender cerca de 100 pacientes, hoje tem a mesma estrutura e mais de 300 internados. Muitos são vítimas de acidentes no trânsito e de brigas.
“O pessoal está largado às traças, parece um hospital de guerra. Deixam os pacientes jogados em qualquer lugar. Uma situação deplorável. Não tem macas ou leitos suficientes e ninguém dá uma informação direita”, criticou uma acompanhante.
A direção do hospital reconhece os problemas e diz que ampliações devem ocorrer para amenizar a situação, mas ao mesmo tempo não informa em que prazo isso irá ocorrer. De acordo com a assessoria de imprensa do HE, não há falta de anestesia para os procedimentos cirúrgicos.