Possível renúncia coletiva pode derrubar Kaká

O deputado é acusado de não dialogar com os colegas e de promover decisões obscuras na gestão da Assembleia Legislativa
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SELES NAFES

A gestão do presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, Kaká Barbosa (PT do B), pode terminar nessa quinta-feira, 4, e entrar para a história como a presidência mais curta da Alap. Depois de pouco mais de 6 meses como presidente efetivo, o deputado pode ter a eleição anulada se diretoria da Alap renunciar coletivamente como está previsto para ocorrer nas próximas.

A crise é grave. Dos seis deputados da mesa diretora, quatro já assinaram um documento entregando os cargos. Até a quarta-feira, 3, apenas o deputado Pastor Oliveira (PRB) ainda não havia colocado sua assinatura, isso por estar viajando.

“Mas por telefone ele informou que apoia a iniciativa e deve chegar hoje para compor o grupo”, informou uma fonte da Assembleia.

Deputado Jaci Amanajás (PROS), pode ser eleito o novo presidente. Foto: Cássia Lima

Deputado Jaci Amanajás (PROS), pode ser eleito o novo presidente. Foto: Cássia Lima

A mesa é composta hoje pelos deputados Augusto Aguiar (PMDB), Edna Auzier (PROS), Luciana Gurgel (PR), Roseli Matos (DEM), Pastor Oliveira (PRB) e Kaká Barbosa. Como os deputados estão em autoconvocação, eles podem se reunir em sessão extraordinária e decidir pela renúncia com acompanhamento do plenário.

Ocorrendo isso,  o Estatuto Interno da Alap determina que a presidência seja ocupada pelo parlamentar com maior tempo de mandato, nesse caso a deputada Raimunda Beirão (PMB).

A deputada deverá convocar uma nova eleição imediatamente. Enquanto Kaká Barbosa viaja ainda aproveitando as férias do recesso, os movimentos nos bastidores se adiantaram.

Mandado de Kaká pode terminar seis meses depois de ter sido eleito. Foto: Arquivo

Mandado de Kaká pode terminar seis meses depois de ter sido eleito. Foto: Arquivo

O grupo dissidente já tem até um candidato preferido, o deputado Jaci Amanajás (PROS), considerado um parlamentar conselheiro e rígido no cumprimento das regras internas da Casa. Jaci presidiu recentemente a Comissão Processante que investigou as denúncias contra a gestão de Moisés Souza (PSC). Kaká, que era vice-presidente, assumiu o comando e no fim do ano passado foi efetivado numa nova eleição.

Existem vários pontos de tensão entre Kaká Barbosa e o restante da diretoria. O presidente é acusado de centralizar decisões e não fazer uma gestão compartilhada.

Além disso, teria tomado várias decisões obscuras na gestão da Casa, sobretudo administrativas e financeiras agravando a crise política interna e criando uma sensação de ‘perda de confiança’.  O Portal da Transparência da Assembleia, por exemplo, não é atualizado há 3 meses.

Pode ser que Kaká consiga reverter o jogo, afinal tudo acontece na política. As próximas horas serão decisivas para ele.

Seles Nafes
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