HUMBERTO BAÍA, DE OIAPOQUE
O Parque Nacional do Cabo Orange, no extremo Norte do Brasil, ainda está no imaginário de muita gente como um lugar distante, inatingível na Amazônia. Mas o que muita gente não sabe que é possível chegar a esse bioma, praticamente intocado pelo homem, de maneira segura. É uma viagem onde se contempla as belas paisagens amazônicas, e algumas pessoas já estão embarcando nessa aventura.
A analista ambiental Maria Henrique, natural da Bahia, sempre cultivou o sonho de conhecer o lugar. Depois de algumas pesquisas, descobriu que era possível ir até o parque acompanhada de um guia de turismo.
Em Macapá, ela contatou uma agência especializada e seguiu firme no sonho de conhecer o Cabo Orange, local que ouviu falar ainda na infância e nos livros de Geografia.
O Parque Nacional do Cabo Orange é a última porção de terra do Amapá (e do Brasil) ao Norte, antes do Oceano Atlântico, e no limite entre Oiapoque e a Guiana Francesa. Por isso, é comum ver turistas franceses passeando pelo lugar para fazer fotos e conhecer o hábito de moradores ribeirinhos.
O parque foi criado em 1981 e é gerenciado pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Foi a primeira unidade de conservação federal criada no Amapá. O Estado tem hoje 55 % de seu território formado por unidades de conservação e terras indígenas.
As visitas precisam ser acompanhadas de guias credenciados, e é necessária autorização da gerência do parque para o passeio começar. O santuário guarda uma gigantesca fauna, que inclui peixes, macacos, pássaros e dezenas de outras espécies.
Os 657 mil hectares do Cabo Orange são formados por mangues e montanhas, e chegaram a ser disputados por portugueses, franceses, ingleses e holandeses. O próprio nome do parque é uma alusão ao laranja, a cor nacional holandesa.
Marcelo Sá é um dos poucos guias no Amapá que oferecem esse passeio com orientação precisa e segurança. Maria Henriqueta, o filho Davi, de 10 anos, e a amiga Maria Cristina, embarcaram na aventura em Oiapoque, onde começa o Brasil.
“Vir até Oiapoque já é uma aventura”, resume Maria Henriqueta.
Depois de enfrentar trechos complicados na BR-156, ainda resquícios do período chuvoso, o trio chegou a Oiapoque bem cedo.
Depois, seguiram pelo Rio Oiapoque até a Ilha dos Papagaios. O trajeto é um espetáculo da natureza ao alvorecer, onde foi possível acompanhar o despertar das aves, o colorido dos garças brancas e os guarás.
“Nunca pensei que seria assim. Estou maravilhada”, comemorava a turista extasiada com a paisagem amazônica.
Depois de 2h30min de voadeira, o grupo chegou ao Parque Nacional. Em alguns trechos, onde ficam pequenas praias, os barqueiros costumam parar para que os turistas possam tomar banho no Rio Oiapoque.
Alguns gostam de tomar banho no mangue, onde acreditam que a lama tem propriedades medicinais. Um passeio para 3 pessoas custa R$ 600.
Retornando a Oiapoque, nada como um bom almoço na Pousada Paraíso.
Dica do site: O guia Marcelo Sá organiza passeios a partir de contato pelo telefone 96 98136-8882.