ANDRÉ SILVA
O diagnóstico precoce ainda é um problema para identificar que uma criança tem autismo. Apesar das políticas públicas criadas, as escolas não apresentam um nível de preparo para incluir essas crianças no convívio com as outras.
Esse ano, o Amapá está sediando o X Congresso Brasileiro de Autismo. A oportunidade é considerada boa para pais e profissionais que aproveitam o momento para sanar dúvidas e agregar conhecimento à causa. A falta de profissionais capacitados também contribui para o problema.
Em muitos casos, autistas com graus mais elevados sempre têm uma companhia, geralmente a mãe, o pai ou um irmão. Mas, quando ele cresce e aquela companhia morre, muitas vezes eles são abandonados. Sabendo disso, o que fazer?
“A sobrevivência depende muito do grau de autismo que aquele paciente tem. Com os de grau mais leve a socialização é melhor. Tem pessoas que tem autismo e não tem nenhum déficit intelectual. No nosso centro que já existe há mais de 50 anos, nós tratamos aqueles que tem o grau mais alto e que precisam ser atendidos por uma junta de profissionais: psicólogo, terapeuta ocupacional, médico e outros para que tenham uma vida melhor”, explicou a psicóloga Natalia Costa, uma das palestrantes do congresso.
Natália é diretora de um centro localizado em Betim, Minas Gerais, que trabalha com adolescentes e adultos com o grau mais elevado do autismo e outras deficiências , transtornos e síndromes.
O congresso que acontece a cada três anos no Brasil tem o objetivo de discutir políticas públicas de inclusão de pessoas portadoras do autismo. Segundo a presidente da Associação de Pais e Amigos do Autismo (AMA) , Jane Capiberibe, as leis que já existem precisam sair do papel e serem postas em prática. Para ela, as escolas ainda não estão preparadas para receber esse tipo de aluno.
“Se nós não estamos preparados nem para um diagnóstico precoce imagina para um inclusão. Se eu não consigo diagnosticar esse indivíduo ainda na creche, quando ele vai para a escola essa pessoa já vai cheia de manias e situações que são mais difíceis”, orienta a presidente.
Com o tema Autismo: do diagnóstico precoce às intervenções, o congresso terminou no sábado, 17 no auditório do Museu Sacaca.