OLHO DE BOTO
A Polícia Civil e a Promotoria de Investigações Criminais do Ministério Público anunciaram nesta terça-feira, 27, que desvendaram o assassinato do aposentado Ivá Rodrigues Pereira, de 77 anos. Segundo as investigações, o latrocínio foi planejado e executado por uma garota que tinha bebido água na casa do idoso, dias antes do crime. Ela teve ajuda do namorado.
Estão presos por ordem da Justiça, Denilson Araújo Lobato, 18 anos, Raiany Barbosa dos Santos, 20 anos, e Aleandro Rodrigues Lobato, 25 anos. Num vídeo gravado pelo MP, Raiany confessa que tinha bebido vinho e se drogado antes do crime.
“O interesse era roubar. A Raiany já tinha passado por lá e pedido um copo de água. Ela bebeu água dentro da casa e viu que tinha alguns objetos de valor, como TV, DVD, ventilador. E na saída pediu R$ 5”, explicou o promotor Flávio Cavalcante, da PICC.
De acordo com ele, o idoso informou à garota que ainda não tinha recebido o benefício do INSS porque ele sempre era pago a partir do dia 10.
“A partir daí ela começou a arquitetar o crime, mas, nesse dia (dia 11), a filha do idoso, por algum motivo, não conseguiu sacar o dinheiro, e foi levar só no dia seguinte encontrando o pai morto”, acrescentou o promotor.
Na manhã do dia 12, o idoso foi encontrado morto e amarrado, e com facadas pelo corpo na casa de apenas um cômodo onde morava sozinho, na Linha D da Rodovia AP-440, conhecido como ‘Ramal do 9’.
Para o que aconteceu dentro da casa existe apenas a versão dos acusados. Com base no depoimento deles, Ivá Rodrigues teria tentado reagir ao assalto usando uma faca, que inclusive foi usada contra ele em seus últimos instantes de vida.
“Ele morreu porque reconheceu ela, e poderia denunciá-la. Quando ela começou a pensar no roubo, perguntou ao namorado (Denilson) se ele tinha coragem de furar alguém, ou seja, ela estava pronta para algo grave”, observou o promotor.
O Aleandro é primo de Denilson e foi convidado a participar do crime, segundo os autos. Era ele que estava com o celular do idoso, o que levou à prisão de todos os outros. O celular teria sido o pagamento pelo empréstimo da garrucha usada para render a vítima na madrugada do crime.
O laudo da Polícia Técnica sobre os detalhes da morte ainda não foi entregue para o MP e Polícia Civil. Além do promotor Flávio Cavalcante, o delegado Celso Pacheco, da delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DECCP), aturou na investigação.