DA REDAÇÃO
As 20 centrais de ar instaladas na Escola Estadual Mário Quirino, localizada no Bairro Novo Buritizal, nunca foram utilizadas. O motivo é a falta de estrutura na parte elétrica do prédio. Os aparelhos, colocados há mais de quatro anos nas salas de aula, estão se deteriorando com a ação do tempo.
Os estudantes também reclamam da falta de merenda, do calor e do desrespeito de professores que os obrigam a estudar sem intervalo. O prédio passa por uma reforma que também dura mais de quatro anos.
Os representantes de turma reuniram com a direção na tarde da última quarta-feira, 14. Foi acordado no encontro que uma comissão vai até a Secretaria de Infraestrutura do Amapá (Seinf) na próxima segunda.
Salas quentes, sem merenda, cozinha que não tem copos ou talheres e nem mesmo um lugar para que os alunos façam a refeição, são esses alguns dos problemas enfrentados. Além disso, os banheiros do colégio estão sem porta e sem água.
Estudantes protestam
Os estudantes, cansados de esperar uma resposta resolveram protestar.
“Hoje nós estamos entrando na escola às 13h e saindo às 18h sem intervalo e sem lanche. Nós fomos perguntar para o diretor o porquê dessa situação e ele nos disse que iria resolver. Além do que, se nós quisermos lanchar, temos que trazer copo e prato de casa, isso quando tem merenda”, protestou a aluna do terceiro ano do ensino médio, Ivana Santos de 19 anos.
“Eles dizem que a culpa é do aluno , que somos nós quem quebramos sendo que isso é resultado de uma obra inacabada”, denuncia Cleber Amaral de 19 anos.
Há queixas também do espaço destinado para refeitório onde não há cadeiras nem mesas e nem utensílios para servir a merenda.
“Além de trazermos os copos, talheres e pratos de casa ainda somos obrigados a comer pelo chão ou encostados pelos muros. Não somos bichos”, desabafou Leilane Oliveira de 18 anos.
Empresa executora abandonou a obra
O diretor Carlos Alberto Pereira, que está a cinco meses no cargo, conta que vem buscando com a Seinf a conclusão da obra. Ele relata que a reforma na escola começou há quatro anos no governo passado que não fez o pagamento para a empresa executora que abandonou obra. Contudo, o governo atual também não atualizou os pagamentos e construção continua paralisada.
“Recebi a escola com esses problemas estruturais. Toda semana estou na Seinf para pedir agilidade nesse assunto. Os fiscais de lá estiveram aqui fazendo levantamento do que será necessário e informaram que já deram início a um processo de licitação”, explicou.
Em relação aos utensílios utilizados para servir a merenda, ele diz que a escola comprou 300 canecas esses ano mas, os próprios alunos acabam quebrando ou dando outro destino para elas.
“As canecas foram sumindo. Tivemos um custo de mais de R$ 1 mil, e elas foram sumindo. Fizemos uma reunião com pais que inclusive foi assinada em ata, onde foi decidido e os pais concordaram que os alunos deveriam trazer as canecas de casa”, disse o diretor que assegurou que o acordo foi filmado, registrado e que está dando certo.
Em relação ao tempo de aulas, ele disse que a escola estava fazendo horário corrido respeitando o intervalo mesmo que não tenha merenda. Pereira falou ainda que a situação da merenda será resolvida nesta quinta-feira, 15.
Até o fechamento dessa matéria, tentamos contato com a Seinf, mas não fomos atendidos.