SELES NAFES
A jornalista amapaense Francy Rodrigues, ex-editora e apresentadora da TV Amapá (afiliada da Rede Globo) nos anos 1990, sempre foi lembrada pela simpatia e alegria, mas o que muita gente não sabia é que ela trava uma batalha particular com o chamado ‘mal do século’, a depressão. Ela decidiu compartilhar com amigos e seguidores nas redes sociais que luta contra a doença.
A iniciativa foi uma forma de aderir ao ‘Setembro Amarelo’, período em que ocorrem campanhas de prevenção do suicídio. No caso de Francy, as corridas de rua fazem parte da uma terapia bem sucedida.
A jornalista é repórter da Record em Brasília, e descobriu em 2009 que estava com a doença.
“Descobri depois de perceber que andava triste, desiludida, irritada, desanimada, e afoita em muitos casos. Procurei ajuda médica e recebi o diagnóstico”, lembra.
Francy Rodrigues encontrou nas corridas de rua o meio de reencontrar o equilíbrio.
“Com o tempo me ajudou muito. Mas a rotina do dia a dia foi me afastando do esporte. Não parei, mas o ritmo de treinos diminuiu muito. Faço tratamento com medicação e tento manter o mínimo de rotina de atividade física”, explica.
Acompanhe abaixo o desabafo da jornalista em seu perfil no Facebook.
“Eu tenho depressão! E não tenho mais vergonha disso! Decidi compartilhar minha história na tentativa de sensibilizar quem ainda é ignorante em relação à doença. Não é frescura! Não é “reage, não deixa isso te derrubar”; não é “aquela pessoa é esquisita, problemática”; não é isso!
É ORGÂNICO!! Não dá febre, não tem ferida, nem tumor! Não há sangramento! Nem sempre há dor! Há, sim, uma doença cruel, silenciosa, invisível e que destrói o equilíbrio emocional, físico e metal.
Se tem alguém aí ao seu lado de pouco sorriso; às vezes de mau humor; que tem muito cansaço (chamado de preguiça); desanimado; com fobia social; sedentária; impaciente; acomodada; alguém que se irrita com facilidade; que não está conseguindo ser “normal”, olhe pra essa pessoa com outros olhos! Às vezes (todas às vezes) ela precisa de ajuda e está pedindo socorro.
O nome disso tudo é D-E-P-R-E-S-S-Ã-O! Doença que pode destruir a vida pessoal, amorosa e profissional de quem a tem e até de quem está ao lado e não sabe como lidar ou perceber do que se trata.
Não sou infeliz! Realizei os sonhos que sonhei na adolescência, amo a profissão que escolhi, amo a vida, amo meus familiares, amo meus amigos, pratico esporte, tento me superar, ser forte, mas ela é maior que isso. Tá vendo como não é um estado de espírito? É uma doença!
Setembro Amarelo, EU APOIO!
Decidi abrir meu coração pra ajudar quem, talvez, chame a depressão de fraqueza ou frescura. Não é isso!! Essa doença não deve nos envergonhar! Jamais! Ajudemo-nos!”