ANDRÉ SILVA
A banda de rock Louvado Seja Deus (LSD), nome que lembra um tipo de droga alucinógena, foi criada por um ex-dependente químico que viu na música uma maneira de ajudar outras pessoas.
A LSD foi fundada no ano de 1992 por Adriano Porciano. Ele era usuário de drogas e encontrou na música o caminho para Deus e para se livrar do vício. O objetivo também era ajudar outras pessoas com o mesmo problema e apresentar um novo estilo de vida a elas.
O nome foi escolhido propositalmente pelos fundadores da banda que segundo o atual líder, Lucio Wellington, utilizaram de estratégia de marketing.
“Percebemos que não havia uma boa receptividade das pessoas quando o assunto era Deus. Então o Adriano decidiu usar um nome chamativo e escolheu LSD que lembra um tipo de droga”, conta Lúcio.
Formações
A primeira formação foi antológica. Os músicos que compunham o time estão até hoje na cena musical amapaense são eles. Del Gonçalves na bateria que na segunda formação seria substituído pelo irmão Eudes Gonçalves, Nelson Dutra no contrabaixo que seria substituído também pelo irmão Edilson Dutra que fazia guitarra e teclado, Israel Cardoso na guitarra e Jorlandes no vocal, que seria substituído por Lúcio que também mais tarde assumiria a guitarra solo.
“Na segunda formação, a banda receberia um outro músico dessa vez um pouco inusitado, Dilan no saxofone. Essa formação permaneceu até meados de 1997-1998 quando a banda parou suas atividades”, lembra Wellington.
Influências e estilo
A principal influência da banda são os estilos with metal, with cross, e bridge metal. Segundo Lúcio, Adriano descobriu que haviam bandas em outros países que faziam o mesmo trabalho utilizando do rock e elas acabaram sendo a influência para a escolha do estilo.
“As pessoas acabavam se familiarizando com o estilo e o Adriano, que hoje mora no Pará, achava que essa era uma forma de atrair pessoas que jamais pisariam em uma igreja, e que tocando aquelas músicas que se toca até hoje nos templos não seria uma boa estratégia, não que tenhamos algo contra. Essa é uma arma que as pessoas não tem utilizado aqui na cidade”, afirma.
Quando se pensa em rock, logo é imaginado pessoas vestidas de preto, piercing, cabelo estilo moicano, tatuagens, drogas e punk. Mas com a LSD o estilo musical funciona como uma forma de evangelizar.
“Não utilizamos o rock necessariamente como um estilo de vida. Nós gostamos de rock, mas não passamos o dia inteiro vestidos de preto. Nós utilizamos esse estilo para apresentar Deus para as pessoas como ele é”, frisa o líder da LSD.
O retorno
A banda ficou parada por 17 anos e decidiu voltar a ativa por um motivo.
“Aqueles que deveriam estar fazendo o trabalho com esses jovens que hoje andam sem rumo pelas praças da cidade que muitas vezes são desprezados até mesmo pelos pais, não estavam fazendo. Se os governos e as igrejas estivessem fazendo seu trabalho direito nós não precisaríamos voltar” protestou Lucio.
Hoje, o único componente da antiga formação que permanece no grupo é Lúcio, que divide o vocal com sua esposa, Marilena Silva. Ele faz a guitarra junto com Sandro, Colte no contra baixo e Adriano na bateria, além de uma turma que sempre acompanha a banda e faz distribuição de panfletos e literatura cristã.
A banda continua fazendo apresentações também em praças, mas toca nos lugares onde há necessidade. Principalmente aqueles em que o objetivo é ajudar as pessoas a se libertar do vício das drogas.