DA REDAÇÃO
Pacientes do setor de ortopedia do Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), fizeram um protesto na tarde desta terça-feira, 27, em frente ao prédio da unidade, localizada na avenida Fab.
Eles alegam que estão há mais de dois meses esperando pelas cirurgias e que falta material para curativo e para remover aparelhos de fixação externa.
“Se você não confiar em Deus meu irmão… As autoridades é que não vão te ajudar”, queixa-se seu Raimundo do Vale de 53 anos que acompanha a mulher, Nelsita Pinheiro, internada há dois meses aguardando uma cirurgia no fêmur quebrado. Ele conta que os médicos vêm receitando apenas analgésicos para aliviar as dores, mas o homem se negar a deixar que a mulher use a medicação novamente. Ele afirma que percebeu que o uso contínuo da medicação tem causado outras complicações.
“Só estão passando remédio para acalmar a dor. Eu já disse que não quero mais que deem esses remédios para ela porque está prejudicando o seu estômago. Sexta-feira passada eles prometeram que ela seria operada. Ficamos alegres. Mas quando foi no dia, nem o médico compareceu”, contou indignado.
Camila Silva Afonso de 32 anos está aguardando a retirada do fixador externo da coxa há quase dois meses. Ela diz que além da falta de material, o banheiro que eles usam está muito sujo e que na enfermaria que está, tem pacientes idosos esperando por cirurgia há mais tempo que ela.
“A minha cirurgia estava marcada para quarta-feira passada mas eles alegaram que a empresa que fornece o material não havia recebido, por isso ela foi cancelada. Preciso de material para retirar esse fixador aqui e não tem”, denunciou.
Seu João Francisco Furtado de 33 anos, já está internado desde o dia 31 de julho.
“Já estou aqui há um mês e vinte e oito dias. Todos os dias pela manhã eles passam na nossa sala dizendo que não tem material. A gente fica aqui à mercê ocupando leito, impedindo que outras pessoas possam usar”, queixou-se.
A mãe de Ana Maria de 57 anos, está desde o dia 30 de agosto aguardando a cirurgia, também no fêmur.
“Eles alegam que o governo não pagou a empresa. Ela sente muita dor na perna, já adquiriu outras doenças. Tá com água no pulmão”, relatou.
Flávio Pessoa Vieira de 54 anos está com a filha internada também há dois meses. Assim como todos os pacientes, ela foi primeiramente internada no Hospital de emergência (HE) e foi enviada para o Hcal no dia 5 de Agosto.
“To com minha filha nessas condições esperando cirurgia. Eles pensam que somos bicho. Deveriam era ter vergonha na cara”, protestou o homem.
O site selesnafes.com tentou falar com a diretora do Hcal mas o mesmo não quis se pronunciar e disse que procurassem a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Tentamos contato com a secretaria, mas não obtivemos resposta.