CÁSSIA LIMA
Em meio a boatos e especulações, o presidente da União dos Negros do Amapá (UNA) negou na manhã desta sexta-feira, 16, que a entidade foi vendida ou leiloada. O anúncio se deu no momento em que representantes do movimento negro do Estado faziam um protesto próximo da sede da Una.
A especulação da venda da entidade circulou em rádios e redes sociais nos últimos dias e foi alvo de protesto nesta manhã. Para o representante do movimento negro, Aluizo Carvalho, o rumor é verdadeiro.
“Isso criou uma revolta generalizada e ninguém deu explicações para o movimento negro. Queremos que a diretoria dialogue com a gente e nos deixe participar das ações da entidade. Queremos discutir a dívida da iluminação da CEA e a programação”, alegou Carvalho.
A UNA deve para a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) R$ 480 mil. A dívida transcorre dos últimos 19 anos, desde que o Centro de Cultura Negra do Amapá foi criado em 1997.
O presidente da UNA, Jardel Rosário, afirma que a manifestação é um ato politico. Ele esclarece os boatos e diz que já tomou medidas.
“A UNA não foi vendida, muito menos leiloada. O terreno é da prefeitura e o prédio governamental. Não tem como, isso é absurdo. Estamos trabalhando com um planejamento para entrar em acordo judicial com a CEA e pagar a conta”, disse Jardel.
Ele conta que no próximo dia 19, haverá uma audiência com representantes da companhia de luz e que já há uma proposta para pagar a dívida.
“Queremos que a companhia abata os juros e renegocie o parcelamento, para isso vamos promover eventos nesse espaço, assim como, cursos profissionalizantes, salão de beleza e criar programações para circulação de dinheiro”, frisou.
O presidente informou também que no próximo dia 28 de outubro haverá uma reunião para discutir a presidência da entidade. Ele também se comprometeu em ir em cada comunidade para acabar com os boatos.