ANDRÉ SILVA
Não é raro pessoas mais sensíveis relatarem aparições e sensações místicas em monumentos históricos e prédios antigos. Na Fortaleza de São José de Macapá não é diferente.
Na casamata, por exemplo, alguns visitantes já relataram que sentiram algo estranho assim que começam a caminhar pelos corredores. Vozes, ventos repentinos, vultos e passos seriam algumas das anomalias.
A atmosfera formada pela lenda de que ali serviu de local de tortura, onde muitos prisioneiros morreram, na sua grande maioria escravos e índios, se espalhou e perdura até hoje.
Não se sabe como começaram essas lendas. O que contam é que na casamata leste espíritos de escravos e índios que participaram da construção da fortaleza (a obra durou quase vinte anos), continuam pairando pelo local.
As amigas Gabriela Tieli, de 16 anos, e Juliana Camila, de 17 anos, estavam visitando o monumento pela segunda vez, e dizem que todas as vezes sentiram presenças.
“Logo na entrada a gente começou a ouvir barulhos estranhos. Quando você entra no ambiente já sente algo diferente. Outra coisa foi um gato preto que apareceu e desapareceu sem dar pistas”, contou Gabriela.
“A porta lá que daria acesso até a saída para ele estava trancada. Rodamos por toda a parte da sala e não o vimos mais”, reforçou a amiga.
“Eu acredito que isso de ‘espíritos’ exista. Dizem que teve muito sofrimento aqui para que esse local fosse construído”, finalizou Gabriela.
Mas não são só as duas jovens que testemunharam estranhos fenômenos. Saulo Pereira, de 17 anos, e os amigos, confirmam a versão do gato e dos vultos.
“Quando nós estávamos lá dentro, sentimos uma corrente de ar muito estranha. Não havia uma entrada para dar tanto vento como aquele. Quando a gente voltava sentia passar um vulto por trás de mim. Vimos também o gato preto. Ele aparece e desaparece de repente”, conta o jovem.
História real
Para o guia turístico Lindomar Borges, não é nada disso. Ele também não sabe como surgiu a lenda, mas garante que tudo não passa de história.
“Os escravos eram emprestados e eles só vinham aqui para trabalhar. Depois do expediente eles voltavam para o lugar de onde tinham vindo. Eles não moravam nem passavam a noite aqui. Não há registro de que eles tenham sido mortos ou torturados aqui”, conta.
Ele explica que as casamatas serviam de dormitório para os soldados. Além disso, o lugar possui latrinas (banheiros) e cozinhas.
“Não existe documentos que comprovem essas histórias de que eles foram torturados aqui dentro. Os historiadores contam o contrário, que esse lugar só servia de dormitório”, concluiu.
Com ou sem fantasma, a Fortaleza continua sendo um ótimo passeio. Como se trata de um museu, o local fica fechado ao público apenas às segundas-feiras.