A guerra da propaganda

Acirramento aumentou no 2º turno, transformando a propaganda eleitoral em festival de ataques de ambos os lados
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SELES NAFES

Desde o início da campanha eleitoral, ficou clara a estratégia do candidato Gilvam Borges (PMDB) de tentar minar a gestão do candidato à reeleição, Clécio Luis (REDE), que agora, na reta final, também decidiu revidar. Os dois protagonizam várias batalhas nessa guerra particular de mídia pela prefeitura da capital do Amapá. O mais novo episódio, envolvendo a imagem da ex-secretária de Educação de Macapá, Dalva Figueiredo (PT), foi parar na Justiça.

Nesta segunda-feira, 24, ela anunciou que decidiu ingressar com ação contra a propaganda de Gilvam Borges que usa uma entrevista dela sobre o caso dos uniformes que foram comprados pela prefeitura de Macapá no ano passado.

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Vice Adiomar Veronese ao lado de Gilvam Borges em estúdio: guerra de propaganda. Foto: Ascom

A compra foi feita com recursos federais, mas as empresas que ganharam a licitação entregaram os uniformes com atraso, e, quando o fizeram, entregaram peças defeituosas.

As empresas foram obrigadas pela prefeitura a refazer o trabalho. No final das contas a encomenda foi entregue, mas o episódio desgastou ainda mais a então secretária que acabou sendo exonerada por Clécio Luis.

Vice Telma Nery com Clécio Luis: contra-ataque. Foto: Júlio Miragaia

Vice Telma Nery com Clécio Luis: contra-ataque. Foto: Júlio Miragaia

Uma das entrevistas dela, concedida em maio deste ano para a TV Tucujú (Rede TV, do grupo da família Borges), está sendo usada como propaganda negativa contra o atual prefeito.

“Esse foi um assunto que não comentei mais publicamente porque decidi resolver juridicamente. As informações estão sendo prestadas e as provas apresentadas”, disse ela se referindo ao caso dos uniformes.

“O uso político que estão fazendo sobre esse episódio só demonstra o nível desta campanha, coisa que a população não quer. Já tinha dito que não aceito e não me permito ser usada como disputa entre adversários eleitorais. Agora irei tomar medidas judiciais porque tenho uma biografia, de quem nunca se envolveu em atos ilícitos, a preservar”, disparou a professora Dalva Figueiredo, que já foi vice-governadora do Amapá durante a gestão João Capiberibe (PSB), e depois assumiu o cargo durante 9 meses com a renúncia de Capiberibe para disputar o Senado, em 2001.

Ainda em nota, Dalva disse que não apoia nenhum dos dois candidatos.

Maio deste ano: Dalva concede entrevista coletiva para explicar episódio dos uniformes. Foto: Arquivo

Maio deste ano: Dalva concede entrevista coletiva para explicar episódio dos uniformes. Foto: Arquivo

Por outro lado, a coordenação da campanha de Clécio Luis decidiu atacar. Uma peça, que está sendo veiculada na TV, rádio e redes sociais desde o último fim de semana, explora a relação política entre Gilvam e o governador Waldez Góes (PDT).  

Outra peça bastante utilizada afirma que só o PMDB, de Gilvam, teria capacidade de arrecadar recursos federais, já que ele é do partido do presidente e “amigo dos ministros”.

No contra-ataque, uma outra peça de Clécio, conduzida pela vice Tema Nery, diz que, se isso fosse verdade, os salários do funcionalismo público do Amapá não teriam sido parcelados.

O fato é que nesta reta final, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público terão muito trabalho. E os eleitores, ávidos por propostas, vão se sentir numa luta do UFC. 

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