SELES NAFES
O médico ginecologista Detimar Sarmento usou o Facebook para quebrar o silêncio sobre sua prisão ocorrida na semana passada, após ser acusado pela Polícia Civil do Amapá de responsabilidade na morte de uma paciente durante uma cirurgia. Ele considerou sua prisão truculenta e ilegal. O delegado Charles Corrêa, que efetuou o flagrante, nega.
“Passamos uma vida de mais de 33 anos de trabalho servindo e curando os pacientes, e seres prepotentes se valem do cargo para praticar arbitrariedade, abuso, truculência, com poderes de criminalizar condutas e ocorrências que podem acontecer”, disse.
Detimar Sarmento pagou fiança de R$ 10 mil para responder ao processo em liberdade após a morte da paciente no dia 29 de setembro durante cirurgia para a retirada de um mioma. A Polícia Civil sustenta que a cirurgia é eletiva, e não poderia ser realizada no hospital de Oiapoque por falta de estrutura.
O corpo da paciente foi mandado para Macapá para ser periciado pela Polícia Técnica (Politec), que deve emitir um laudo em 30 dias.
Detimar Sarmento recebeu voz de prisão na clínica dele, em Oiapoque, mas o delegado afirma que não houve truculência.
“Fui até o consultório dele e dei a voz de prisão por homicídio culposo. Não algemei, e orientei que saísse da sala atrás de mim para que não houvesse qualquer alarde entre os pacientes”, defende-se o delegado.
Em seu relato no Facebook, o médico não entra em detalhes sobre a morte da paciente, mas diz que certas “ocorrências podem acontecer”.
“Estamos vivendo uma verdadeira ditadura em que o direito do cidadão é soterrado e ficamos a mercê de toda truculência e exposições”, criticou.
O médico prossegue afirmando que sua prisão não o abateu, “e eu continuarei a exercer minha profissão curando meus pacientes. Tenho confiança no eu ato médico, pois faço medicina por profissão e amor”, conclui.