ANDRÉ SILVA
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) irá apresentar nesta terça-feira, 25, uma tenda criada para capturar mosquitos. A exposição é parte da programação do setor de pesquisa de entomologia que marca a passagem dos 25 anos do instituto.
A “Mosquitend” (nome da tenda) é uma junção das palavras, mosquito e tenda. O invento foi desenvolvido para a captura de moscas e mosquitos. O mecanismo, que funciona como mosquiteiro, usa o ser humano como isca. O projeto será publicado em uma revista cientifica em janeiro de 2017.
“Funciona assim: a pessoa fica no meio da tenda que é protegida por uma segunda camada de tecido, o mosquito entra pelos orifícios da própria tenda, procurando a presa para se alimentar e não consegue sair. A partir daí, nos conseguimos capturar a espécie e estudá-la”, explica Alan Kardec, doutor em entomologia médica e responsável pela exposição. Assista o vídeo.
Mecanismos de proteção
Graças às pesquisas desenvolvidas no Iepa, o Amapá é referência nacional na fabricação de inseticidas que combatem a proliferação dos vetores transmissores de doenças para o homem. Ao todo, são mais de 5 mil espécies catalogadas apenas no Amapá.
O trabalho da entomologia é estudar a biodiversidade das regiões do país. A entomologia médica é voltada para o estudo dos insetos que transmitem doenças ao homem. Atualmente, as atenções da esquipe do Iepa estão voltadas aos vetores que estão em evidência, que são os transmissores da dengue, chikunghunya, zika, leishmaniose e maçarias.
O grupo desenvolve estudos voltados para a fabricação de agentes químicos e biológicos que combatem os mosquitos. Os inseticidas são feitos com base em plantas da região. O biólogo lembra que a intenção não é acabar com os mosquitos, mas buscar mecanismos de proteção para o homem.
Inseticida contra vetor de leishmaniose visceral, letal ao homem
Recentemente os pesquisadores capturaram um vetor transmissor da leishmaniose visceral, que atinge as vísceras e pode levar a pessoa a morte. Esta espécie ainda não havia sido encontrado no estado.
Alan Kardec revela em primeira mão ao site SELESNAFES.COM, que a equipe trabalha em um inseticida que inibe o crescimento do mosquito. O objetivo, segundo o biólogo, é impedir que ele chegue na fase adulta, que é quando sente fome e acaba transmitindo a doença.
A exposição começa nesta terça-feira, 25, e vai até o próximo domingo, 30, na Casa de Vidro que fica dentro do Museu Sacaca.